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21 de novembro de 2024
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EXCLUSIVO: Irmão de Djidja Cardoso estuprou ex-companheira e vítima revela: “ele acabou com a minha vida”

Foto: Paulo Bindá/A CRÍTICA

O Portal Amazonas Digital teve acesso, com exclusividade, ao inquérito policial de 258 páginas, onde apontam os crimes praticados por Ademar Cardoso. O acusado é irmão de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do boi Garantido e acusado de diversos crimes, entre eles o estupro. A revelação veio através da avó da jovem e confirmada pela própria vítima.

A avó de G.N.C.N relata que uma prima de Ademar lhe alertou sobre o comportamento do acusado, pois ele era usuário de drogas. Todavia, ela nunca questionou a neta e só teve a revelação tempos depois, através do pai da jovem. No depoimento, a avó da jovem conta que, certo dia, o pai de G.N.C.N foi a uma festa na casa de Ademar e o encontrou fumando maconha e cheirado cocaína.

Passado este tempo, o casal vendeu a cama, televisão, acessórios e até o carro para uma viagem a Londres, onde a jovem e Ademar ficaram 6 meses. Neste tempo, G.N.C.N mantinha contato constante com a família, mas, não demorou muito para que a saudade da família voltasse… e por motivos não ocasionais.

“Haviam dias em que ela ligava para desabafar, pois não aguentava mais ficar em Londres devido às agressões físicas e psicológicas. Ademar lhe obrigava a usar entorpecentes, mesmo estando grávida. Porém, em outros dias ela ligava para dizer que estava tudo bem entre eles”, diz um trecho do depoimento.

Após a filha do casal completar um ano de vida, G.N.C.N decidiu voltar ao Brasil e pediu para a familiar comprar sua passagem para Manaus. Contudo, um mês depois Ademar voltou a capital amazonense. Sem revelar o motivo, o acusado chegou somente com a roupa do corpo e dizendo que “para quem ele trabalhava em Londres não podia saber de sua chegada ao Brasil”.

Ademar retornou à casa da mãe e, logo depois, a jovem voltou a se relacionar com o acusado. A partir daí, a avó da jovem começou a notar um comportamento estranho na neta. A ex-companheira de Ademar pedia para a avó cuidar da bisneta, enquanto o casal buscava um lugar para morar. Novamente, a prima do acusado fez mais uma revelação à avó da jovem.

Segundo a prima do acusado, o casal tinha brigas feias e a jovem passou a emagrecer bastante, a ponto de ficar só “pele e osso”. G.N.C.N aceitava que deixassem comida na porta de sua casa, mas a avó acredita que a neta não se alimentava.

Do estopim à recaída

Após a avó deixar de fazer contato com a neta por algumas semanas, a jovem lhe procurou novamente para lhe fazer uma infeliz surpresa. G.N.C.N chegou nua na residência da avó, chorando, fedendo e pedindo para ser internada. Segundo a testemunha, sua neta estava com as veias do braço inchadas.

A vítima passou um ano em tratamento e o contato com Ademar era apenas quando o acusado visitava sua filha. Cleusimar, mãe de Ademar, inclusive ofereceu ajuda até o quinto mês, quando então a jovem recebeu um convite para trabalhar como motorista do salão.

Em agosto de 2023, o casal voltou a se relacionar, mas sem a família da jovem estar ciente. Uma das condições para a ex-companheira de Ademar frequentar a casa de Cleusimar era usar drogas, pois aquele era um ambiente de “purificação”. A jovem voltou a fumar maconha e passou a utilizar drogas pesadas via intravenosa, como Cetamina e Potenay. As sessões aconteciam tanto na casa do acusado quanto no salão de beleza, com alguns funcionários.

Do estupro ao aborto

Ademar Cardoso, sua mãe Cleusimar, a irmã Djidja e os demais funcionários do salão de beleza Belle Femme eram membros da seita “Pai, Mãe, Vida“. O ritual – onde Ademar seria Jesus, Cleusimar seria Maria e Djidja como Maria Madalena –  prometia transcendência através de substâncias psicodélicas.

No depoimento, a vítima conta que os encontros eram apenas para relações sexuais e uso de drogas. A intenção de Ademar era drogar bastante a jovem, a ponto da vítima perder os sentidos, e depois consumar o ato. Em várias oportunidades, o sexo aconteceu sem seu consentimento e, na última vez a vítima engravidou. Em abril deste ano, a mãe e avó de G.N.C.N novamente resgataram a jovem na casa do acusado.

A vítima encontrava-se despida, com sangramento vaginal devido ao aborto, e sem banho tomado, pois há dias estava consumindo drogas. G.N.C.N passou uma semana em cárcere privado.

A testemunha contou que Ademar e Veronica Seixas, gerente do salão de beleza e membra da seita “Pai, Mãe, Vida“, impediam a saída da jovem. “Toda vez que a G.N.C.N tentava sair do local, a dupla administrava Ketamina nela, assim a impediam de sair da residência”, diz em um trecho do inquérito.

Além de entorpecerem a jovem contra sua vontade, mãe e filho queriam a guarda do bebê e diziam que o que a vítima estava passando era um processo de “cura”. Neste caso, a família da jovem só entenderia o lado deles se também usassem a droga.

Juntando os cacos

Depois de devastar a vida da jovem, a vítima relata estar sofrendo até hoje. Embora esteja limpa há um mês, G.N.C.N segue em tratamento psicológico, por meio do CAPS AD, e fazendo uso de medicamentos. À polícia, a vítima afirma que Ademar “acabou com sua vida”. A abstinência lhe causou depressão.

Observações

  • Em respeito à vítima, o portal Amazonas Digital optou por não revelar sua identidade, utilizando apenas as iniciais de seu nome completo.
  • Ketamina é um medicamento anestésico, de uso veterinário.
  • Potenay é um medicamento de uso veterinário. O uso prolongado em seres humanos causa alucinações, agressividade, arritmia e agravemento da depressão, além de outros efeitos colaterais.

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