O governador Wilson Lima apresentou número alarmantes sobre a pandemia de coronavírus no Amazonas. Ele disse que, de acordo com o método de cálculo do Governo Federal, o Estado terá 800 mortes por Covid-19 nos próximos três meses. Disse ainda que 53% das pessoas que necessitam de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pela doença vão a óbito. E o crescimento das internações chegou a 82%.
Os números foram apresentados durante a reunião com entidades representativas da sociedade, especialmente o comércio, na noite de sábado (26/12) e madrugada deste domingo.
Os representantes do comércio falaram da surpresa com o decreto de restrições ao funcionamento das lojas. E esgrimiram números, como os 52 mil postos de trabalho nos shoppings centers da cidade. “Estamos trabalhando com protocolos desenvolvidos pelo hospital Sírio-Libanês e fizemos campanhas nacionais de prevenção contra a pandemia”, disse a representante dos shoppings.
O representante da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) lembrou que o setor beneficia 28 mil famílias no Estado. E que o movimento reduziu drasticamente desde a edição do decreto estadual.
Wilson Lima disse que o Estado ampliou a capacidade de atendimento em mais 50 leitos de UTI, mas todos foram logo ocupados. “Um dos nossos problemas são os recursos humanos. Médicos não querem vir para o Amazonas”, revelou.
O presidente do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, chegou a dizer que o número de óbitos, sete por dia, está dentro da média nacional. “No pico da pandemia, esses números eram muito maiores”, lembrou.
Curiosidades
A reunião teve curiosidades. Uma delas foi a presença de representantes de setores que não foram restringidos pelo decreto estadual. É o caso de transportes de carga e motoristas de aplicativos. O período eleitoral, as chuvas e as festas de Fim de Ano foram apontados como causas do aumento da pandemia pelo representante da Federação do Comércio (Fecomércio), Aderson Frota. As entidades se comprometeram a adotar medidas para ajudar no combate à pandemia. Vão, por exemplo, providenciar transporte aos colaboradores, evitando que frequentem o transporte público.