Familiares do soldado Jonatha Correa Pantoja, de 18 anos, encontrado morto no 7° Batalhão de Polícia do Exército (7°BPE), em Manaus, denunciaram que o rapaz foi torturado dentro da corporação. O jovem militar estava de serviço no quartel quando foi encontrado morto com tiro de fuzil, na madrugada desta segunda-feira (3).
A família relatou ao G1, durante o velório da vítima, na Zona Leste de Manaus, que o corpo apresentava perfurações nas costas, nos braços e na cabeça. Familiares acreditam que as marcas são sinais de violência e buscam esclarecimentos acerca da morte do jovem.
Segundo o Comando Militar da Amazônia (CMA), o soldado estava de serviço no quartel quando foi ferido por um tiro de fuzil, mas a corporação não informou de onde partiu o disparo. O rapaz foi levado por outros militares em uma ambulância para o Hospital e Pronto-socorro 28 de Agosto, mas não resistiu. Sobre as denúncias, o G1 entrou em contato com o CMA, mas ainda não obteve resposta.
O tio de Jonatha, Valdionor Maciel, afirmou que, por trabalhar há muitos anos na área de segurança, reconhece que os hematomas no corpo do sobrinho não foram causados pelo tiro do fuzil. Segundo ele, o soldado foi espancado dentro do batalhão.
O tio do soldado contou, ainda, que Jhonata estava há poucos meses servindo ao Exército. Jhonata se alistou ao Comando no ano passado, e, após ser chamado para servir, saiu do município de Borba, distante 149 quilômetros de Manaus, em busca de realizar o que era, para ele, um sonho de infância.
“Aquela farda era a vida dele. E ele foi brutalmente assassinado dentro do próprio órgão que ele admirava. Um jovem cheio de sonhos, com uma vida pela frente, e infelizmente aconteceu essa tragédia”, contou.
Sobre o caso
Conforme registro do Centro Integrado de Operações e Segurança (Ciops), o caso está como “morte a esclarecer”. Para a polícia, um coronel informou que a vítima fazia a segurança do quartel quando outros militares ouviram um barulho de tiro e, em seguida, encontraram o rapaz ao chão, agonizado.
“Por não saberem de onde o tiro saiu, militares se protegeram atrás de um muro”, contou o relato de um militar para a polícia. O disparo atingiu o rapaz no peito.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta que a causa da morte foi hemorragia e uma ferida no pulmão esquerdo. Em nota, o CMA informou que será instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) para identificar as causas e as condicionantes deste “lamentável episódio”.
Fonte: G1