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25 de novembro de 2024
Mundo

Fãs de Maradona cobram justiça: “Não morreu, foi morto”

O emblemático Obelisco de Buenos Aires, onde os argentinos comemoraram a conquista da Copa do Mundo de 1986, graças a Diego Maradona, voltou a ser utilizado nesta quarta-feira (10) como ponto de encontro para centenas de fãs do astro que clamaram: “Ele não morreu, foi morto”.

Grupos como “Pueblo Maradoniano”, “Comando Maradona” e “La Diego Maradona” convocaram uma mobilização ao Obelisco para exigir justiça após a morte do ídolo, em 25 de novembro do ano passado.

Dalma e Gianinna Maradona, filhas do ex-jogador, e Claudia Villafañe, esposa de Diego Maradona entre 1989 e 2003, também marcaram presença no ato.

– Condenação social e judicial para os culpados – dizia a bandeira levada pela família de Maradona, cuja morte está sendo investigada para determinar se houve negligência nos cuidados médicos.

Gianinna Maradona, de 31 anos, usava uma camiseta branca estampada com a frase “Justiça por D10s”. Ela, a irmã e a mãe foram protegidas por poucos seguranças de uma empresa privada.

A chegada das filhas de Diego Maradona gerou tumulto porque tanto a imprensa como os fãs do ex-jogador queriam se aproximar. Menos de 15 minutos após a chegada delas, e devido à multidão de pessoas, Dalma e Gianinna Maradona e Claudia Villafañe deixaram a mobilização e foram seguidas pelas ruas adjacentes por alguns fãs que queriam demonstrar o afeto e tirar fotos com elas.

A ex-mulher de Maradona Veronica Ojeda e o filho Diego Fernando Maradona, de oito anos, também participaram do ato.

– Acredito nos juízes e sei que eles vão fazer as coisas bem feitas – disse Ojeda em uma entrevista coletiva.

A reunião foi convocada para as 18h locais (horário de Brasília), mas algumas pessoas começaram a aparecer nas proximidades do Obelisco duas horas antes.

SETE INVESTIGADOS PELA JUSTIÇA
Os investigados pela justiça argentina são o neurocirurgião Leopoldo Luque, apontado como médico de família, a psiquiatra Agustina Cosachov, o psicólogo Carlos Díaz, a médica Nancy Forlini, o coordenador de enfermagem Mariano Perroni e os enfermeiros Ricardo Almirón e Dahiana Gisela Madrid.

Na segunda-feira passada (8), a Justiça formou uma junta médica que analisará, durante duas ou três semanas, se as pessoas investigadas proporcionaram um “atendimento médico deficiente”.

A interdisciplinar será composta por dez peritos oficiais, incluindo médicos legistas, um cardiologista, dois psiquiatras, um toxicologista, um nefrologista e um hepatologista. Além disso, acrescentará especialistas dos suspeitos de maus cuidados médicos e dos familiares de Maradona.

APONTADOS PELAS FILHAS
Dalma e Gianinna Maradona acreditam que, além de Luque, o principal responsável pela morte do pai é Matias Morla, que foi advogado de Maradona. Durante a mobilização, os fãs cantaram contra o advogado e o insultaram.

Villafañe disse há algumas semanas que Morla tinha “raptado” o seu ex-marido. Também afirmou que o advogado e os membros da equipe médica que cuidavam de Maradona “têm” uma “condenação social” após a divulgação dos áudios nos quais Maximiliano Pomargo, assistente de Maradona e cunhado de Morla, pede para evitar que Maradona seja internado ou cuidado por Gianinna Maradona.

– Que Gianinna não o leve. Você tem que se encarregar disso. Se for por Gianinna, vamos perdê-lo. Porque o trabalho de todos depende disso. O trabalho de muitas pessoas depende de mim. Tranquilo, se eu conseguir sair disto, há dinheiro para todos – diz Pomargo a Luque em áudios publicados pelo site Infobae.

A MORTE DO 10
Maradona, aos 60 anos, foi internado em uma clínica na cidade de La Plata no dia 2 de novembro de 2020, por anemia e desidratação. No dia seguinte, foi transferido para um hospital em Olivos, em Buenos Aires, onde foi submetido a uma cirurgia de hematoma subdural.

Em 11 de novembro, recebeu alta médica, mas ficou sob tratamento em casa, especialmente pelo “quadro de vício” em álcool. No dia 25 de novembro, Maradona morreu em um bairro privado nos arredores de Buenos Aires, e a autópsia determinou que a morte foi resultado de “um edema pulmonar agudo com uma insuficiência cardíaca crônica exacerbada”. Também foi diagnosticada “miocardiopatia dilatada” no coração.

Em dezembro do ano passado, o boletim toxicológico revelou que não havia álcool nem drogas ilícitas no corpo de Maradona no momento da morte, mas havia a presença de vários medicamentos para tratar a saúde física e mental.

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