Gabriel Belém, filho da delegada Adriana Belém, que foi presa nesta terça-feira (10) no Rio de Janeiro por favorecimento a um esquema de jogos de azar, teria escondido o montante de cerca de R$ 1,76 milhão que foi encontrado no apartamento da família, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O rapaz teria afirmado que não tinha a chave para abrir o armário onde o dinheiro foi achado.
De acordo com o promotor Fabiano Cossermelli, os agentes encontraram R$ 60 mil dentro da suíte da delegada. Aos agentes do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Adriana teria afirmado que aquele era o único dinheiro que ela possuía.
No entanto, ao chegarem ao quarto do filho da delegada, os agentes encontraram a quantia de mais de R$ 1,7 milhão. De acordo com a promotora Roberta Laplace, a justificativa dada sobre o dinheiro foi de que o montante seria “de parcerias, da vida inteira”, e que aquela quantia serviria para comprar um apartamento.
– Ela afirmou categoricamente que não tinha dinheiro. No quarto do filho, eles disseram que não se lembravam (se havia dinheiro). Abrimos com uma faca e encontramos duas malas – disse Laplace.
Em fevereiro, Gabriel ganhou da mãe um carro Jeep Compass com vidros blindados, que custa atualmente cerca de R$ 200 mil. Entretanto, Belém tinha atualmente um emprego na Secretaria Municipal de Esportes cujo salário era de R$ 8.345,14.
A PRISÃO DE ADRIANA
Adriana foi presa em sua casa, na Barra da Tijuca, pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. A prisão aconteceu após o Ministério Público do Rio de Janeiro apreender os quase R$ 2 milhões em espécie no local durante ação da Operação Calígula, que mira uma rede de jogos de azar. A prisão da delegada foi autorizada pela 1ª Vara Especializada do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ).
– O gigantesco valor em espécie arrecadado na posse da acusada, que é Delegada de Polícia do Estado do Rio de Janeiro, aliado aos gravíssimos fatos ventilados na presente ação penal, têm-se sérios e sólidos indicativos de que a ré apresenta um grau exacerbado de comprometimento com a organização criminosa e/ou com a prática de atividade corruptiva – apontou o juiz Bruno Monteiro Ruliere.
Durante a ação realizada mais cedo na casa de Adriana Belém, os agentes do MP encontraram R$ 1,2 milhão em sacos de grifes famosas e pouco mais de R$ 500 mil em uma mala.
A operação deflagrada pelo MP teve como objetivo combater as ações de uma organização criminosa liderada por Rogério Costa de Andrade Silva, contraventor conhecido como Rogério de Andrade, e que tinha a participação do policial militar reformado Ronnie Lessa, réu pelo homicídio da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.
Segundo o MPRJ, Rogério de Andrade e o filho, Gustavo de Andrade, seriam os líderes de uma estrutura criminosa organizada, voltada à exploração de jogos de azar não apenas no Rio de Janeiro, mas em diversos outros estados.