O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) causou polêmica nesta quarta-feira (23) ao sugerir que o governo de Donald Trump promovesse ataques a embarcações na costa brasileira. O parlamentar escreveu a proposta em inglês na rede social, e a direcionou ao secretário de guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth.
Hegseth havia divulgado um vídeo mostrando militares norte-americanos bombardeando uma lancha civil no Oceano Pacífico, alegando que o barco era usado por traficantes de drogas. Na publicação, o assessor de Trump afirmou: “Mais uma vez, os terroristas, agora mortos, estavam envolvidos com o narcotráfico no Pacífico”.
Em resposta, Flávio Bolsonaro comentou: “Que inveja! Ouvi dizer que há barcos semelhantes a esse no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara, despejando drogas no Brasil. Você não gostaria de passar alguns meses aqui nos ajudando a combater essas organizações terroristas?”.
Tensão crescente na América Latina
A sugestão do senador foi interpretada como um pedido de intervenção militar estrangeira, o que reacendeu o debate sobre soberania nacional e gerou críticas de autoridades internacionais.
A série de ataques ordenados por Trump em águas latino-americanas tem sido classificada como violação do direito internacional, já que nenhum país autorizou ações desse tipo em seus territórios marítimos.
Até o momento, nove bombardeios foram registrados em semanas recentes, deixando 37 mortos, conforme dados divulgados pela Casa Branca. O governo norte-americano afirma que as embarcações pertenciam a traficantes da Colômbia e da Venezuela, mas não apresentou provas.
Os presidentes Gustavo Petro (Colômbia) e Nicolás Maduro (Venezuela) negaram qualquer ligação com os acusados e acusaram Trump de usar o tema como pretexto para uma intervenção política e militar na região.
Enquanto isso, navios norte-americanos se posicionaram próximos às águas internacionais da Venezuela. Por essa razão, o governo de Maduro mobilizou tropas e afirmou possuir mísseis russos prontos para responder a qualquer ofensiva.
Na Colômbia, um corte de verbas ordenado por Trump enfraqueceu as forças armadas locais, levando Petro a ameaçar processar o ex-presidente norte-americano nos tribunais dos EUA.
