O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manifestou nesta quarta-feira (27) apoio “inquestionável” ao ministro Alexandre de Moraes, durante participação no Fórum Empresarial Lide, realizado em São Paulo.
Primeiramente, jornalistas o questionaram sobre a decisão recente que reforçou o policiamento nas imediações da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Contudo, Gilmar evitou detalhar, mas ressaltou a importância institucional de Moraes.
“Eu apoio o ministro Alexandre de maneira inquestionável. Eu acho que o Brasil deve muito ao ministro Alexandre. Se estamos aqui hoje num ambiente democrático, devemos muito ao ministro Alexandre de Moraes. E eu sei que a história vai fazer justiça a ele”, afirmou.
Ministro critica pressões internacionais sobre o Judiciário
Gilmar Mendes também criticou eventuais pressões do governo dos Estados Unidos sobre o Supremo Tribunal Federal, considerando a prática “imprópria”. Segundo o ministro, embora negociações comerciais sejam legítimas, elas não podem comprometer a independência institucional do Judiciário brasileiro.
“É evidente que negociações comerciais se fazem a toda hora. Agora, tentar envolver nessa cesta o papel institucional do país, a independência do Judiciário, seja lá o que for, é impróprio”, declarou.
Gilmar ironiza EUA com referência ao escândalo Epstein
Em tom crítico, Gilmar Mendes ainda fez uma provocação indireta ao governo norte-americano, usando como exemplo o caso Epstein Files, em referência ao bilionário Jeffrey Epstein, que foi acusado de liderar uma rede internacional de abuso sexual contra menores e morreu preso em 2019.
“É como se a gente, por exemplo, exigisse nas negociações que nos fossem reveladas as pessoas que estão no chamado Epstein Files nos EUA. Não faz sentido algum”, declarou.
A citação faz alusão à pressão pública por transparência nos arquivos ligados ao escândalo envolvendo Epstein, que mantinha relações com nomes influentes da política, finanças e celebridades internacionais. Durante a campanha presidencial de 2024, o ex-presidente Donald Trump chegou a prometer a divulgação dos documentos sigilosos, e rumores sobre a suposta existência de uma lista de nomes continuam gerando polêmica até hoje.
Caso Epstein volta à tona
Em julho, o jornal Wall Street Journal divulgou que Trump recebeu um alerta de que seu nome aparecia nos arquivos confidenciais do caso Epstein. No entanto, a Casa Branca classificou a informação como fake news. O empresário Elon Musk, envolvido em um desentendimento com Trump na rede social X (antigo Twitter), também chegou a insinuar que o nome do ex-presidente estava na lista, mas apagou a publicação e pediu desculpas.