O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) passou a noite desta quinta-feira, 10, descansando no chão de um plenário da Câmara dos Deputados. Ele comunicou uma greve de fome e afirmou que não deixará o Congresso Nacional até a conclusão do processo que pode levar à perda de seu mandato.
Após a reunião do Conselho de Ética, que aprovou a representação solicitando a cassação de Braga por quebra de decoro parlamentar, o deputado afirmou que existe “um acordo” para a perda de seu cargo.
“Estou há 30 horas e 30 minutos apenas consumindo líquidos. Estou no mesmo plenário que votou pela minha cassação ontem. Essa tática radical é uma decisão política: não aceitarei a derrota por Arthur Lira e pelo orçamento secreto. Vou até o fim”, escreveu em sua conta no X (antigo Twitter).
Braga acredita que o processo contra ele é uma retaliação de Arthur Lira (PP-AL) por ter denunciado o “orçamento secreto”. A reunião de quarta-feira foi marcada por tumultos entre os presentes.
A acusação contra Braga teve início após o partido Novo alegar que ele chutou o militante do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro. O incidente, por sua vez, ocorreu em abril de 2024, durante uma discussão.
Além disso, os simpatizantes de Braga sustentam que a punição é desmedida e, além do mais, reclamam que o relatório não menciona que a mãe do deputado sofreu uma ofensa antes do ocorrido. Portanto, enfatizam que é importante considerar todos os aspectos da situação.
Assim, argumentam que uma análise mais completa poderia levar a uma decisão mais justa. Em consequência, pedem que as autoridades revisem o caso à luz dessas novas informações.
Descontrolado
Por outro lado, opositores acusam Braga de descontrole e de mentir sobre ter sofrido uma agressão primeiro por Costenaro.
Com 13 votos a favor e 5 contra, os membros do Conselho de Ética aprovaram, portanto, o parecer do relator, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que sugere a cassação de Braga. Além disso, ao final da sessão, ele anunciou que, em seguida, apresentará um recurso à Comissão de Constituição e Justiça.
O PSOL também se manifestou após a decisão. O partido repudiou a avaliação do Conselho de Ética e considerou a cassação um “grave ataque à democracia e ao livre exercício do mandato parlamentar”.
“A punição é desproporcional e injustificável, especialmente em comparação com a leniência em casos semelhantes. Frequentemente, esses casos vão para o arquivamento ou ignorados. A bancada do PSOL utilizará todos os recursos jurídicos e institucionais disponíveis.