Em fevereiro ocorreu uma articulação de paz entre as duas maiores organizações criminosas do Brasil: Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC). No entanto, apenas dois meses depois, mensagens de texto divulgadas por aplicativos mostram que a guerra continua intensa e sangrenta.
Circulam nas redes sociais “salves” — comunicados oficiais das facções — que decretam o fim da trégua. Fontes do Ministério Público de São Paulo (MPSP) confirmaram que essas mensagens são verdadeiras e estão sendo compartilhadas em vários estados.
Na última segunda-feira (28/4), o PCC publicou um “comunicado geral”, afirmando que “chegou ao fim nossa aliança e qualquer compromisso com o Comando Vermelho.” Essa mensagem reforça a ruptura oficial entre as organizações.
Além disso, outro comunicado, enviado pelo CV, intitulado “Ruptura de Aliança com o PCC e Reforço de Diretrizes Internas”, informa que, a partir daquele dia, o grupo não manterá mais nenhuma aliança ou compromisso com o inimigo. O documento também reforça as regras internas da facção, afirmando que qualquer membro que atue contra o estatuto será punido “exemplarmente”, independentemente da relação de aliança.
Assim, diferentemente das mensagens anteriores, que anunciavam o fim da trégua de forma mais pacífica, um comunicado específico declara guerra aberta ao PCC em Santa Catarina. A mensagem afirma: “Não iremos ter mais trégua nem cessar fogo com o PCC. A guerra está em aberto. Resumindo, o PCC é nosso inimigo até o final.”
Sem diálogo
O comunicado conclui: “Irmãos, sem qualquer diálogo, não aceitaremos integrantes do PCC em nosso território. Iremos eliminar todos que encontrarmos. A guerra será sem fim, até a última gota de sangue. Não queremos acordo nenhum com essa organização.”
Portanto, essas mensagens revelam que, apesar das tentativas de trégua, o conflito entre as facções criminosas permanece violento e sem sinais de cessar.