Um dia após a assinatura do acordo de cessar-fogo entre Hamas e Israel, a Faixa de Gaza voltou a ser palco de violência. O grupo islâmico Hamas executou publicamente supostos traidores em áreas recém-reocupadas no enclave, como parte de uma ofensiva contra milícias rivais que desafiam seu controle.
O conflito interno, marcado por vídeos de execuções e confrontos armados, reflete a fragilidade do cessar-fogo. A liderança do Hamas, pressionada por diversos clãs armados locais, tenta reafirmar seu domínio antes que adversários ganhem espaço político e militar.
Entre os grupos rivais, destacam-se:
- Clã Doghmush: Um dos mais influentes de Gaza, protagonizou confrontos com o Hamas, que deixaram 27 mortos.
- Yasser Abu Shabab: Líder de milícia acusada de receber apoio de Israel. Seu grupo opera em Rafah e já conta com cerca de 400 combatentes.
- Clã al-Majida: Baseado em Khan Younis, também entrou em conflito com o Hamas, mas depois declarou apoio à campanha de segurança do grupo.
- Rami Hellis: Comandante de nova milícia em Shejaia, se uniu a outros clãs para combater a autoridade do Hamas em áreas controladas por Israel.
Apesar da trégua com Israel, a instabilidade interna em Gaza evidencia uma disputa de poder crescente. O Hamas tenta conter a fragmentação de sua influência enquanto a população civil permanece em meio ao caos.