A herança de cerca de R$ 10 milhões deixada por Manfred e Marísia von Richthofen, mortos em 2002 a mando da filha Suzane von Richthofen, ficou integralmente para o outro filho do casal, Andreas von Richthofen, que chegou a entrar na Justiça para evitar que a irmã ficasse com metade dos bens da família. Atualmente, porém, o patrimônio se transformou em um mar de dívidas.
De acordo com uma reportagem publicada pelo jornalista Ulisses Campbell, no jornal O Globo, a lista de bens incluía carros, terrenos, seis imóveis, entre eles a mansão onde o casal foi assassinado, além de dinheiro em contas correntes e aplicações. Passados quase 20 anos da morte brutal dos pais, Andreas acumula dívidas de aproximadamente R$ 500 mil.
Segundo o jornalista, o irmão de Suzane enfrenta 24 ações na Justiça de São Paulo por dívidas de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e condomínios atrasados. Além disso, duas das casas herdadas por Andreas ficaram fechadas por tanto tempo que foram até invadidas. Em uma delas, inclusive, os invasores já ganharam até o título de propriedade do imóvel por usucapião.
Amigos de Andreas, segundo a reportagem, já disseram que ele não pretende se desfazer dos bens, porque mantê-los seria uma forma de preservar a memória dos pais. O irmão de Suzane, inclusive, costuma andar com uma medalha no bolso contendo o brasão da família von Richthofen.
No entanto, o herdeiro dos Richthofen está sumido desde a época da pandemia, quando se refugiou em um sítio de São Roque, também herdado dos pais, e, para evitar ser acionado, ele vive sem celular e sem internet. O sumiço dele, de acordo com pessoas próximas, teria se tornado definitivo desde janeiro de 2023, quando Suzane passou a cumprir pena em liberdade.
Nem mesmo a advogada Maria Aparecida Evangelista, que acompanha o filho do casal von Richthofen desde que ele passou a brigar com a irmã pela herança, sabe do paradeiro de Andreas, segundo Campbell. Em processos mais recentes, Evangelista, inclusive, já nem é mais a representante legal de Andreas.
– O Andreas e a família preferem não se manifestar sobre os fatos ocorridos – disse a advogada ao ser procurada pelo jornal O Globo.
Por causa de uma das dívidas, por inadimplência de condomínio, Andreas teve a conta bancária bloqueada. Como a taxa condominial é permanente, os valores são sacados da conta dele a cada três meses, de acordo com a advogada do condomínio. Nem mesmo isso, aparentemente, é o suficiente para que o irmão de Suzane reapareça para quitar os débitos.