Dados da PNAD (Pesquisa Nacional Por Amostras de Domicílios), divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, para os homens, morar sozinho significa maior intensidade de horas dedicadas aos afazeres domésticos, entretanto, quando analisado a divisão das atividades domésticas, a relação de trabalho entre homens e mulheres segue desigual. Para elas, viver com mais alguém torna o tempo dedicado a essas atividades muito maior.
Entre mulheres que não possuem nenhuma ocupação, as atividades domésticas levam quase cinco horas por dia, enquanto que os homens não chegam a gastar três horas diárias. A presença de filhos em casa também pode ser um dos fatores que explicam esta desigualdade, porém, o cuidado com crianças diminuiu, enquanto o de adultos e idosos aumentou.
As hipóteses para isto são duas, segundo a analista do IBGE, Alessandra Brito: “há mais pessoas no mercado de trabalho, fazendo com que o cuidado com os filhos seja terceirizado e a queda de natalidade ocorrida durante a pandemia“, disse.
A dupla jornada de trabalho ainda perdura. Mulheres dedicam, em média, quase sete horas semanais a mais que os homens para os afazeres domésticos. Mas, apesar dos números apenas reafirmarem uma realidade já constada, lentamente as divisões de tarefas de casa demonstram alguma mudança.
“Sempre foi acima de dez horas essa diferença. Mas agora, pela primeira vez, notamos que caiu”, conta. Assim, se hoje as mulheres dedicam 9,6 horas a mais que os homens aos afazeres domésticos, em 2019 essa diferença era de 10,6 horas. Uma redução ainda tímida, mas puxada, especialmente, pelos homens com maior grau de escolaridade“, concluiu.
Os afazeres domésticos estão listados pelo IBGE como cozinhar e lavar louça, lavar roupas, limpar a casa e outros. Os cuidados com pessoas são atividades como alimentar, vestir, dar banho, acompanhar para a escola, médico, exames e outros.