A anulação, pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), das condenações do ex-presidente Lula nos processos relacionados à Lava-Jato no Paraná, contribuiu para a piora dos ativos locais nesta segunda-feira, 8. No câmbio, o dólar, que já vinha em alta, disparou a R$ 5,78, enquanto a Bolsa brasileira (B3) cai 2,5%, aos 112 mil pontos.
Assim, Lula ficaria elegível para a eleição presidencial de 2022. A decisão de Fachin será posteriormente avaliada pelo plenário do STF. No fim de semana, a imprensa publicou levantamento do Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) segundo o qual Lula teria mais potencial de voto do que Bolsonaro.
“Com Lula elegível, cresce ainda mais a chance deste governo ir totalmente para o populismo”, comentou Alfredo Menezes, sócio-gestor na Armor Capital.
O receio de investidores de que o governo enverede por um caminho mais populista aumentou nas últimas semanas, depois de uma série de episódios em que, para o mercado, o presidente Jair Bolsonaro agiu deixando de lado princípios de uma política econômica liberal.
Destaque para a decisão do presidente de trocar o comando da Petrobrás e os alertas feitos por ele de atuação em outras estatais e setores da economia, como energia. Às 16h41, o dólar à vista saltava 1,56%, a R$ 5,7716. Na máxima, foi a 5,7865. O real tem o segundo pior desempenho global na sessão com as perdas lideradas pela lira turca, em queda de 2,7%.
No horário acima, o Ibovespa tem queda de 2,48%, aos 112.342,84 pontos. Entre as ações com maior baixa, chama atenção a queda dos papéis da Petrobrás, com ON e PN em baixas de 2,90% e 3,57% cada.