A invasão de aparelhos celulares, computadores e demais dispositivos informáticos quadruplicou no ano passado no Amazonas. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), foram registrados 252 casos, em 2019, contra 57 em 2018. A maioria dos casos decorre de golpes aplicados por criminosos a partir de sites de compra e venda entre usuários e aplicativos de mensagem instantânea.
No Amazonas, a Delegacia Interativa da Polícia Civil é a responsável por registro de Boletins de Ocorrência e investigação de crimes cibernéticos. Dentre os vários tipos de crimes dessa natureza, o perito do Laboratório de Informática forense do Instituto de Criminalística (IC), Erley Soares, destaca três tipos de invasões mais comuns em Manaus: phishing, engenharia social e keylogger.
“No phishing, você recebe aqueles e-mails ‘A PC está lhe investigando, clique aqui para saber mais’. Quando você clica, o objeto entra na sua máquina e procura por informações importantes já pré-definidas, como dados bancários, fotos, senhas. Na engenharia social (‘golpe OLX’), o criminoso convence a vítima a dar informações que dão acesso a contas virtuais (redes sociais, bancos). E o keylogger, que grava todas as informações digitadas pela vítima no seu computador ou celular”, explica o perito.
Cuidados
Para não correr o risco de ter o seu dispositivo invadido, o perito alerta que algumas medidas devem ser tomadas. “Sempre desconfie de mensagens recebidas. Geralmente, os criminosos erram na gramática. Confirme com os canais oficiais das instituições os questionamentos recebidos e não coloque dados pessoais ou se exponha em mídias sociais”, aconselhou Soares.
Caso o seu aparelho já tenha sido invadido, há maneiras de descobrir e formas de lidar com a situação depois de notar a invasão.
“Mensagens enviadas sem seu consentimento, travamento devido a atividades camufladas podem ser sinais. Percebeu um crime? Coloque o dispositivo em modo avião, desligue e retire a bateria. Procure a PC e relate a suspeita. Em hipótese alguma religue o aparelho, para o criminoso não conseguir apagar o ‘rastro’ ou dados do crime remotamente. Com isso, os Peritos Criminais terão mais possibilidade de encontrar as provas da materialidade e autoria do delito”, concluiu o perito.