O IPCA-15 de novembro registrou alta de 0,20%, segundo dados divulgados pelo IBGE. Com isso, o índice acumulado em 12 meses caiu para 4,5%, retornando ao limite superior da meta de inflação estabelecida pelo governo. Em outubro, o acumulado era de 4,94%, e o indicador não ficava dentro da meta desde janeiro de 2025.
A estimativa do Boletim Focus indica que o IPCA deve fechar 2025 em 4,45%, dentro da faixa de tolerância.
O que mais influenciou o IPCA-15 de novembro
O grupo despesas pessoais foi o que mais pressionou o índice, com avanço de 0,85% e impacto de 0,09 ponto percentual. As maiores influências vieram de:
- Hospedagem: +4,18%
- Pacote turístico: +3,90%
Transportes: passagens aéreas disparam
No grupo transportes, o destaque foi a forte alta das passagens aéreas, que subiram 11,87% — o maior impacto individual entre os 377 itens pesquisados.
Por outro lado, os combustíveis apresentaram queda:
- Gasolina: -0,48%
- Combustíveis em geral: -0,46%
A gasolina foi um dos itens que mais ajudaram a segurar a inflação no mês.
Alimentação: queda no domicílio ajuda a conter alta
Embora o grupo alimentação e bebidas tenha registrado alta de 0,09%, a alimentação no domicílio caiu 0,15%, marcando o sexto recuo consecutivo.
Principais quedas:
- Leite longa vida: -3,29%
- Arroz: -3,10%
- Frutas: -1,60%
Altas no mês:
- Batata inglesa: +11,47%
- Óleo de soja: +4,29%
- Carnes: +0,68%
O que é o IPCA-15 e como ele se diferencia do IPCA?
O IPCA-15 é a prévia da inflação oficial e utiliza metodologia semelhante ao IPCA, mas com período de coleta diferente.
Enquanto o IPCA mede os preços ao longo do mês cheio, o IPCA-15 coleta entre 14 de outubro e 13 de novembro.
O IPCA-15 abrange 11 regiões metropolitanas, enquanto o IPCA cobre 16 localidades.
O IPCA cheio de novembro será divulgado no dia 10 de dezembro.
Perspectivas para a inflação
Com a desaceleração recente e a prévia de novembro dentro da meta, o cenário inflacionário segue alinhado às projeções do mercado. Caso o ritmo seja mantido, o IPCA deve encerrar o ano dentro da tolerância prevista, reforçando um ambiente mais favorável para decisões de política monetária.
