O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou nesta quinta-feira (23), que os bombardeios israelenses em Gaza continuarão por pelo menos mais dois meses após a trégua para a libertação de reféns – a expectativa é a de que os primeiros sejam libertados nesta sexta (24).
– Depois, os ataques continuarão, porque precisamos completar a vitória e aumentar a pressão para a libertação do próximo grupo de reféns. Serão pelo menos mais dois meses de combates – disse Gallant.
Daniel Hagari, porta-voz do Exército de Israel, declarou que o controle da metade norte da Faixa de Gaza marca apenas o fim da primeira fase da guerra contra o grupo terrorista Hamas.
– Estamos nos preparando para as próximas etapas. Esperamos que, nos próximos dias, nos concentremos no planejamento e no cumprimento das próximas fases da guerra – disse Hagari, uma declaração consistente com a expectativa de uma guerra longa.
Apesar da pressão internacional, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também afirma que a trégua não significa o fim da guerra. Ele prometeu que, depois do cessar-fogo, vai seguir com a ofensiva até “atingir o objetivo” que é acabar com o Hamas.
LIBERTAÇÃO
Autoridades dos Estados Unidos e Israel confirmaram que a libertação de reféns, que envolve uma trégua temporária, deve ser implementada nesta sexta. Esperava-se que o acordo entrasse em vigor nesta quinta, mas os dois lados admitiram que alguns detalhes atrasaram o processo.
O governo de Israel manteve cautela ao falar do acordo. Hagari sugeriu que ainda pode haver uma reviravolta, que os parentes dos sequestrados foram alertados sobre o risco de o Hamas tentar usar uma tática de “terror psicológico” com os reféns.
– Nada é definitivo até que aconteça de verdade – disse o porta-voz do Exército de Israel.
Uma autoridade palestina disse que o atraso se deveu a detalhes de “última hora” sobre quais reféns seriam libertados e como. Nos termos da trégua, o Hamas soltará pelo menos 50 das 240 pessoas sequestradas no dia 7 de outubro.
Em troca, Israel libertará 150 prisioneiros palestinos e permitirá a entrada em Gaza de até 300 caminhões carregados de ajuda humanitária, depois de mais de seis semanas de bombardeios, combates intensos e de um bloqueio total de combustível, alimentos, medicamentos e outros bens essenciais.
De acordo com o governo do Catar, que mediou a negociação entre Israel e Hamas, junto com EUA e Egito, o primeiro grupo a ser libertado terá 13 mulheres e crianças.
– Um determinado número de civis será libertado todos os dias até atingir o total acordado de 50 no final dos quatro dias – afirmou a chancelaria do país, em comunicado.