A Polícia Federal concluiu a perícia nas joias apreendidas pela Receita Federal com uma comitiva do governo Jair Bolsonaro (PL) no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em outubro de 2021. As autoridades constataram que o conjunto valia menos de um terço do esperado. O estojo havia sido avaliado em R$16 milhões quando na verdade valia R$ 5,1 milhões.
A análise foi feita por especialistas do núcleo de perícias em geologia do Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília. O laudo foi incluído no inquérito que investiga se o ex-presidente teria tentado se apropriar indevidamente dos presentes da Arábia Saudita em vez de destiná-los ao acervo da União.
O conjunto da marca suíça Chopard, com colar, anel e brincos de diamante, foi avaliado em R$ 4 milhões. O relógio vale em torno de R$ 1 milhão, segundo a perícia.
O Estadão apurou com especialistas em perícia que a diferença de valores pode ter ocorrido porque a avaliação feita pela PF, frequentemente, é objetiva. Ou seja, leva em consideração o valor efetivo dos diamantes. Ficam de fora outros elementos subjetivos que agregam valor e compõem o preço na loja, como o joalheiro que desenhou a peça, a grife que produziu a joia, o lucro que a empresa vai tirar e o custo para venda e com impostos.