A juíza Ida Maria Costa de Andrade, da comarca de Manaus, condenou o humorista Leandro Hassum em R$ 20 mil por ofender as irmãs Gabrielle e Isabelle Lins. Em janeiro de 2021, o ator chamou as irmãs de “burras” em rede nacional, depois que as jovens se envolveram numa polêmica sobre receberem vacinação contra a Covid-19.
Na sentença proferida nessa segunda-feira (15), a juíza avaliou que atuação de Hassum foi ilícita e ultrapassou o direito à liberdade de expressão. As jovens, segundo a Ida Maria, passam ser reconhecidas como “médicas burras, que tinham furado a fila da vacina”. Segundo a magistrada, “a proteção ao humor não deve ser levianamente interpretada a fim de albergar a ofensa”.
Além de ter que pagar uma indenização por danos morais, no valor de R$ 10 mil a cada uma delas, a juíza determinou que o humorista faça uma retratação formal nas redes sociais. A visualização da publicação deverá permanecer por 10 dias, sob pena de multa de R$ 500 ao dia, até o limite de 10 dias-multa.
O CASO
No dia 22 de janeiro de 2021, Hassum participou do programa ‘Encontro com Fátima Bernardes’, da TV Globo. Na ocasião, os apresentadores e participantes falavam sobre uma investigação do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), que investigava uma possível burla à fila de vacinação contra a Covid-19.
Durante a conversa, mencionaram Gabrielle e Isabelle, que compartilharam imagens nas redes sociais recebendo a primeira dose da vacina. Por serem filhas dos donos da Universidade e Hospital Nilton Lins, que possui contratos com a prefeitura para o funcionamento da Unidade Básica de Saúde, internautas disseram que isto facilitou para as irmãs “furarem a fila” da vacinação.
Leandro, então, comentou qual era seu sentimento quando via as imagens: “Quando eu vejo que posta eu já acho burra. A primeira coisa que me vem é que é burra. Burra. Né, amor. Na boa, quer fazer besteira, para quê posta? ‘Olha eu fazendo besteira aqui gente'”,
Após a declaração, Isabelle e Gabrielle sofreram ataques nas redes sociais. Ainda revoltada, Gabrielle disse que sofreu julgamentos porque “escolheu ser útil naquele momento”. A jovem também declarou, em audiência, que a Justiça arquivou ação sobre “furar a fila” de vacinação, por falta de provas.