A Justiça do Ceará decidiu manter Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, detido no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. Ele é acusado de ter liderado o furto ao Banco Central, em Fortaleza, no ano de 2005, no qual foram levados cerca de R$ 164 milhões. Santos já foi condenado duas vezes pela Justiça Federal, mas uma das condenações foi anulada.
A continuidade da prisão de Alemão no Paraná foi pedida pela Secretaria da Administração Penitenciária do Ceará (SAP), que fez a solicitação em 5 de novembro argumentando que os motivos que determinaram o recolhimento em unidade prisional federal de segurança máxima não acabaram.
A pasta ressaltou que, embora o Ceará tenha inaugurado, em agosto de 2021, uma unidade prisional para acolher presos mais perigosos, o líder do furto ao Banco Central precisaria permanecer em um espaço localizado em outra região. Ao opinar sobre a questão, o Ministério Público também se manifestou pela manutenção de Alemão na penitenciária federal.
A defesa de Antônio, por sua vez, alegou que a transferência dele para um presídio federal se baseou em um falso plano de fuga e que a SAP não possuía indícios de violação prisional nem elementos que indicassem a influência do homem em um ato de indisciplina de outro preso.
Ao determinar a continuidade do preso em Catanduvas, o juiz Raynes Viana de Vasconcelos considerou que Alemão foi transferido para o sistema federal após tentar fugir em agosto de 2017 e que a rede prisional cearense enfrenta instabilidades em razão de disputas entre as principais organizações criminosas atuantes no estado.
– Entendo por necessária a permanência de Antônio Jussivan em unidade prisional localizada em outra unidade da federação, isso porque, a permanência no sistema penitenciário federal arrefece sua influência dentro e fora das unidades prisionais do Ceará, em razão do rigor adotado na segurança desses estabelecimentos – declarou o magistrado.