Em evento realizado em Macapá (AP) nesta quinta-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o governo não fará “nenhuma loucura ambiental” ao analisar a possibilidade de exploração de petróleo na foz do Amazonas, na Margem Equatorial.
Alinhado com o discurso do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), Lula alegou que “ninguém pode proibir” a pesquisa para identificar reservas de petróleo na região.
“Ninguém pode proibir a gente de pesquisar para saber o tamanho da riqueza que a gente tem. Vamos trabalhar muito”, disse Lula. “Quero que o governador saiba, que os senadores saibam, que a gente não vai fazer nenhuma loucura ambiental, mas a gente tem que estudar, a gente tem que assumir compromisso de que a gente vai ser muito responsável”, completou.
Na quarta-feira (12), em entrevista concedida a uma rádio do Amapá, Lula já havia criticado o Ibama, qualificando como “lenga-lenga” os trâmites para liberar a pesquisa na Margem Equatorial, que abrange os estados do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte.
Ainda em seu discurso, o presidente afirmou que a preservação ambiental deve andar alinhada às necessidades do povo do Amapá, e criticou a demora do Brasil em começar a explorar a região.
“Eu quero preservar, mas eu não posso deixar uma riqueza que a gente não sabe se tem e quanto é a 2 mil metros de profundidade, enquanto Suriname e a Guiana estão ficando ricos às custas do petróleo que têm a 50 quilômetros de nós”, afirmou.
A região a ser explorada tem grande potencial de conter reservatórios de petróleo, no entanto, a exploração é questionada por ambientalistas, em razão de possíveis danos ambientais.
O Plano Estratégico da Petrobras para o período 2024-2028 prevê investimentos de US$ 3,1 bilhões e a perfuração de 16 poços em toda a extensão da Margem Equatorial, que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte. Contudo, a empresa só tem autorização do Ibama para perfurar dois deles, na Bacia Potiguar, na costa do Rio Grande do Norte.