O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou fazer comentários detalhados sobre a prisão de Jair Bolsonaro (PL). Durante coletiva na Cúpula do G20, na África do Sul, neste domingo (23), Lula afirmou apenas que confia nas decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, Bolsonaro teve direito à defesa, passou por mais de dois anos de investigação e julgamento, e agora deve cumprir o que foi determinado. “A Justiça decidiu, está decidido”, declarou.
Questionado sobre a reação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Lula respondeu que o país é soberano e que decisões da Justiça brasileira “estão decididas”.
A polícia prendeu Bolsonaro preventivamente neste sábado (22), em Brasília, por ordem do STF. A prisão não corresponde ainda ao cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses pela qual a Justiça o condenou no caso da trama golpista. Ele já estava em prisão domiciliar e as autoridades o levaram para uma sala de Estado na Superintendência da Polícia Federal. O espaço está reservado para autoridades — o mesmo tipo utilizado anteriormente por Lula e Michel Temer.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes citou como fato novo a vigília convocada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar. Para Moraes, o ato poderia gerar tumulto, ameaçar a efetividade das medidas cautelares e até facilitar uma tentativa de fuga.
A defesa de Bolsonaro afirmou que a prisão preventiva coloca sua saúde em risco e anunciou que recorrerá. Segundo os advogados, causa “profunda perplexidade” a prisão estar fundamentada em uma vigília de orações. Eles também contestam a suspeita de fuga e afirmam que a prisão de Bolsonaro aconteceu em casa, monitorado e usando tornozeleira eletrônica.