O encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, não ocorreu por acaso. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, reuniões reservadas entre autoridades do Brasil e dos Estados Unidos prepararam a “química” entre os dois líderes.
De acordo com a apuração, os encontros foram sigilosos, sem notas oficiais, documentos públicos ou registros fotográficos. Participaram das articulações: Geraldo Alckmin, vice-presidente do Brasil; Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores; Jamieson Greer, representante comercial dos EUA; e Richard Grenell, enviado especial de Trump ao Brasil.
Em 11 de setembro, Alckmin realizou videoconferência com Greer para discutir pautas comerciais e sondar abertura para diálogo político entre os presidentes. Poucos dias depois, em 15 de setembro, Mauro Vieira recebeu Grenell no Rio de Janeiro para alinhar expectativas e manter os canais diplomáticos abertos para o encontro na ONU.
Segundo fontes, os contatos permaneceram em sigilo para evitar interferências, especialmente do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O deputado atua nos EUA junto a aliados do movimento MAGA.
Além disso, empresários, incluindo os irmãos Batista, da JBS, também se mobilizaram para destravar a comunicação com Washington.
O episódio mostra que o diálogo entre Lula e Trump foi resultado de uma articulação estratégica e discretamente planejada, reforçando a importância das negociações nos bastidores da diplomacia internacional.