O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não participará presencialmente da cúpula do Brics 2024, marcada para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. O anúncio da decisão aconteceu nesta quarta-feira (25), através de Yuri Ushakov, assessor de política externa do Kremlin.
A ausência do líder russo se deve a um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em 2023. O tribunal acusa Putin de cometer crimes de guerra, especificamente pela deportação ilegal de centenas de crianças ucranianas após o início da guerra em larga escala na Ucrânia, em 2022.
A Rússia nega todas as acusações e não reconhece a autoridade do TPI, já que o país não é signatário do Estatuto de Roma, tratado que criou o tribunal. Mesmo assim, países que assinaram o tratado são obrigados a prender Putin caso ele entre em seus territórios.
Brasil não garantiu segurança diplomática, afirma Kremlin
De acordo com Ushakov, a falta de uma posição clara do governo brasileiro em relação ao cumprimento do mandado influenciou a decisão:
“Isso se deve a certas dificuldades, no contexto da exigência do TPI. Nesse contexto, o governo brasileiro não conseguiu assumir uma posição clara que permitisse a participação do nosso presidente nesta reunião”, disse o assessor.
Putin participará por videoconferência
Mesmo sem vir ao Brasil, Putin participará da cúpula por videoconferência, conforme informou o Kremlin. Já o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, representará o país presencialmente no evento.
China também pode se ausentar da cúpula
Relatos da mídia internacional apontam que o presidente Xi Jinping, da China, também não comparecerá presencialmente ao encontro no Brasil. A possibilidade é que haja redução no impacto político do evento presencial do Brics neste ano.