Durante o debate sobre o projeto de lei que propõe flexibilizar o licenciamento ambiental, o senador Omar Aziz questionou Marina Silva sobre efetividade das ações do Ministério do Meio Ambiente. A discussão ocorreu nesta terça-feira (27), durante a sessão da Comissão de Infraestrutura do Senado.
Aziz criticou a gestão da ministra, especialmente sobre a BR-319, estrada que liga Manaus a Porto Velho. O senador chegou a responsabilizá-la por mortes ocorridas durante a pandemia, associando a falta de pavimentação da rodovia à escassez de oxigênio em Manaus.
Além disso, ele acusou sua equipe de não dialogar com setores como o agronegócio, mineração e petróleo. Em resposta, Marina Silva explicou que sua atuação é pautada pela lei e pelo cuidado com o futuro do país, sem considerar questões pessoais ou políticas.
Marina e Plínio
Mais tarde, Marina Silva se retirou da audiência após provocações e agressões verbais, principalmente do senador Plínio Valério (PSDB-AM). Este fez comentários desrespeitosos a ela, incluindo uma provocação de que “a mulher merece respeito, a ministra não”, levando Marina a afirmar que, se não fosse pela sua posição como ministra, poderia processar o parlamentar por ofensas.
Valério também relembrou uma declaração de março, quando afirmou que tinha vontade de ‘enforcar’ Marina por sua postura em defesa de ONGs. Essa atitude contribuiu para o clima hostil na sessão. Diante da falta de pedido de desculpas, Marina decidiu se retirar da audiência, reforçando seu compromisso com o trabalho técnico e ético. Ela afirmou que não faria seu trabalho pensando nas próximas eleições, mas sim nas futuras gerações.
Marcos Rógerio
Durante o debate, Marcos Rogério (PL-RO), presidente da comissão, interrompeu Marina ao desligar seu microfone enquanto ela tentava falar. Além disso, criticou-a por sua passagem pelo Senado. Por outro lado, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) saiu em defesa de Marina, tentando conter a situação e ressaltando a importância do debate técnico.
Marina Silva também respondeu às provocações de Marcos Rogério, afirmando que não seria uma mulher submissa e pedindo que ele se colocasse em seu lugar. Essa atitude aumentou ainda mais o clima de confronto. A sessão exemplificou o ambiente conturbado e polarizado em torno de questões ambientais e de desenvolvimento, com ataques pessoais e debates acalorados. Por fim, Marina decidiu se retirar da audiência diante da hostilidade, reforçando seu compromisso com a defesa do meio ambiente e a ética no serviço público.