A menina capixaba de 10 anos de idade que foi estuprada e acabou ficando grávida do próprio tio, manifestou alívio ao tomar conhecimento de que homem foi preso. Ao saber da notícia, a jovem se disse aliviada, pois temia pela vida do avô, alvo das ameaças do homem.
– Ainda bem, porque o vovô pode sair para a rua agora – disse ela.
Era sob essa ameaça que a criança não revelava a violência que sofria para ninguém. O relato foi feito pela avó para Paula Viana, enfermeira e coordenadora do Grupo Curumim, parceiro do programa Pró-Marias, de atendimento às vítimas de violência desde 1996, dentro do Cisam (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros), da Universidade de Pernambuco.
A avó da garota é quem cria a menina desde que ela tinha 27 dias, e é a quem a jovem chama de mãe. Vendedora ambulante de bebidas na praia, ela disse que “perdeu o chão” ao saber dos estupros. Ela conta que optou pelo aborto apenas por que a vida da criança estava em risco, segundo os médicos, e relatou que criaria o bebê se tivesse a possibilidade.
– É claro que eu criaria, mas minha filha estava em risco – explicou ela para a enfermeira.
O secretário estadual de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, afirmou que será ofertada à menina e sua família a inclusão nos programas de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM) e de Apoio e Proteção às Testemunhas, Vítimas e Familiares de Vítimas da Violência (Provita).