Além de ter fiscalizado as eleições deste ano, o Ministério da Defesa também realizou uma auditoria dos códigos-fonte utilizados pela Justiça Eleitoral. A informação consta em uma reportagem publicada pelo jornal Folha de São Paulo nesta quarta-feira (9) a partir de emails obtidos pelo veículo sobre a criação da equipe da Forças Armadas que fiscalizaria o pleito.
A auditoria dos códigos é permitida para as entidades fiscalizadoras das eleições, como foi o caso das Forças Armadas. No entanto, segundo o jornal, os militares conseguiram analisar apenas quatro das centenas de linhas de programação. Por causa de restrições impostas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os técnicos das Forças Armadas fizeram as anotações em papel e caneta.
Além da auditoria, segundo a publicação, os militares participaram de duas das etapas mais importantes da fiscalização do pleito no primeiro turno. Durante o período de votação, eles acompanharam o teste de integridade, como é chamado o procedimento que confirma se as urnas registraram os votos que foram depositados nelas.
Após o fechamento das urnas, os militares tiraram fotos de cerca de 450 boletins de urna espalhados em seções eleitorais de 153 municípios e enviaram os arquivos para técnicos das Forças Armadas, em Brasília. Os dados enviados foram então comparados com os votos registrados no TSE.
Nesta quarta é esperada a entrega do relatório produzido pelas Forças Armadas durante as eleições. Entre os pontos do documento devem constar o número baixo de participantes do teste de integridade, o que, de acordo com os militares, faz o teste não simular uma votação real, algo considerado uma fragilidade.
Além disso, os militares também devem destacar as dificuldades impostas pelo TSE para a análise do código-fonte das urnas e sugerir que o acesso seja facilitado, com condições mais favoráveis para a auditoria das entidades fiscalizadoras.