A partir de hoje (4), o combate ao crime organizado na região fronteiriça será reforçado no Brasil com a Base Arpão (AM), primeira base fluvial da Amazônia Legal no âmbito da Operação Hórus. Com investimento de R$ 17 milhões por parte do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a medida integra as ações do Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras e Divisas – o VIGIA, coordenado pela pasta em parceria com os estados. Foi entregue, também, a primeira torre de comunicação com rádios móveis e portáteis.
Participaram da inauguração, na cidade de Iranduba (AM), o coordenador-geral de Fronteiras da Secretaria de Operações Integradas (Seopi/MJSP), Eduardo Bettini, o secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Louismar Bonates, o governador do Amazonas, Wilson Lima, e demais autoridades.
A embarcação fica atracada no Rio Solimões, entre os municípios amazonenses de Coari e Tefé – uma das principais rotas de escoamento de drogas, como cocaína e skank, produzidas em países vizinhos, principalmente na Colômbia e no Peru. “Essa altura do médio Solimões é considerada um corredor de entorpecentes. Como o crime deságua nessa região e segue para grandes centros urbanos, os agentes de segurança irão fiscalizar embarcações e desencadear ações de combate ao crime organizado”, informa o coordenador-geral de Fronteiras da Secretaria de Operações Integradas (Seopi/MJSP), Eduardo Bettini.
A Base Arpão comporta cerca de 60 agentes de segurança pública. Para complementar o trabalho de atuação integrada, outras cinco embarcações blindadas e duas lanchas financiadas pelo governo do estado do Amazonas darão apoio na execução para garantir que os criminosos não desviem a rota. Embarcações serão paradas e revistadas com objetivo de combater o narcotráfico e garantir, ainda, a segurança da população ribeirinha vítima de ataques de piratas que ficam na região para assaltar embarcações com drogas.
Eduardo Bettini reforçou a importância do trabalho conjunto entre governo federal e estadual na aquisição da base. “Este é um empreendimento de alto custo, mas de grande relevância para a segurança pública do estado, do país e até do mundo, pois, parte da droga que passa pelo Rio Solimões, alcança outros países e alimenta um mercado milionário e assassino, que é o mercado da droga”, afirmou.
O diretor de Operações da Seopi/MJSP, Leandro Almada da Costa, explicou como o trabalho foi desenvolvido pelo Ministério, em parceria com o governo estadual. “Este é um sonho antigo, especialmente de quem já operou nesta região. No âmbito do Ministério da Justiça e Segurança Pública, nosso objetivo, com a criação da Secretaria de Operações Integradas, é de fomentar os órgãos de segurança estaduais, federais e nós fazemos através do Programa VIGIA, que é uma fonte de carrear recursos para que o estado faça este trabalho”, destacou.
O governador do estado, Wilson Lima, ressaltou a importância do trabalho conjunto para o combate à criminalidade. “Estamos dando uma resposta contundente ao combate ao tráfico de drogas, à biopirataria, aos crimes ambientais e oferecendo segurança para quem mora na região do Médio Solimões. É importante destacar a integração das forças de segurança estaduais, municipais e federais. A Base Arpão é uma concretização dessa parceria e desse entendimento entre os poderes e que a segurança pública, sobretudo a fronteiriça, é de responsabilidade de todos”. O governador agradeceu ao Presidente da República, Jair Bolsonaro, e ao Ministro André Mendonça pelo apoio do Governo Federal na construção da base.
Desde abril de 2019, o VIGIA atua com o objetivo de blindar a entrada no Brasil de armas, drogas e produtos contrabandeados pelos cerca de 16 mil quilômetros de fronteira. O programa conta com operações em andamento nos estados do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, além das divisas do Tocantins e Goiás.
Há nove meses, desde que chegou ao Amazonas, a atuação permanente do VIGIA contribuiu para o prejuízo de R$ 143 milhões ao crime organizado, sendo R$ 4 milhões relacionados ao crime ambiental. O programa contabiliza, também, a apreensão de 8 toneladas de drogas, 474 armas, 49 embarcações e 123 veículos.
Torres de comunicação – Em parceria com o Exército Brasileiro, foi instalada, também, a primeira torre de comunicação com rádios móveis e portáteis em Iranduba. Outros seis equipamentos desse porte também estão sendo instalados nas cidades de Tabatinga, Benjamin Constant, Tefé, Coari, Santo Antônio de Içá e Parintins. O sistema proporcionará a comunicação e interoperabilidade de excelência entre diversos agentes de segurança pública que atuam na região.
Além do investimento de R$13 milhões, a Seopi/MJSP empregou outros R$4,5 milhões para manutenção do sistema e custeio na aquisição de binóculos termais, óculos de visão noturna, equipamentos de comunicação, comando e controle, bem como sistema de rádio georreferenciado. Até o final deste ano, a Seopi/MJSP vai retomar as agendas com os cursos de capacitação.
Órgãos participantes do 1º Ciclo de Operação da Base Arpão – Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas – SSP/AM; Polícia Militar do Amazonas; Polícia Civil do Amazonas; Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas; Departamento de Polícia Técnico-Científica; Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas – IPAA; Departamento de Polícia Federal; Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA e Diretoria da Força Nacional de Segurança Pública – DFNSP/SENASP.