O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, divulgou nesta terça-feira (23) uma nota oficial para negar qualquer tipo de pressão ao Banco Central. Segundo o magistrado, as reuniões realizadas com o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, tiveram como único foco as consequências da aplicação da Lei Magnitsky.
A manifestação ocorre após reportagem publicada pelo jornal O Globo, que apontou uma suposta tentativa de influência do ministro em favor do Banco Master. Moraes afirmou que não tratou de interesses específicos de instituições financeiras e reforçou que os encontros tiveram caráter institucional.
De acordo com o comunicado, além do presidente do Banco Central, Moraes também se reuniu com dirigentes do Banco do Brasil, Itaú, BTG, Santander. Além disso, ele também se encontrou com representantes da Febraban e da Confederação Nacional das Instituições Financeiras.
De acordo com o o ministro, o debate se restringiu aos impactos da legislação internacional sobre o sistema bancário, como a manutenção de contas, cartões e movimentações financeiras.
A reportagem mencionou ainda contatos telefônicos e uma reunião presencial entre Moraes e Galípolo. Na ocasião, o ministro solicitou a aprovação da compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). O negócio, anunciado anteriormente, dependia de aval do Banco Central.
Também houve a citação de que o Banco Master firmou contrato com o escritório da advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, prevendo atuação junto a órgãos como Banco Central, Receita Federal e Congresso Nacional. O acordo estabelecia pagamento mensal milionário por um período de três anos.
O controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, chegou a ser preso em novembro, permanecendo detido por 11 dias. Ele responde a investigações da Polícia Federal por suspeitas de crimes financeiros relacionados à gestão da instituição e atualmente cumpre medidas cautelares determinadas pela Justiça Federal.
