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22 de novembro de 2024
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Motivo de chacina de família no DF foi chácara de R$ 2 milhões

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu que a chacina que resultou na morte de dez pessoas da mesma família, em Brasília, foi motivada pelo interesse dos criminosos em negociar a venda de uma chácara em Itapoã, região administrativa do DF, que foi avaliada em cerca de R$ 2 milhões. As investigações mostram também que havia interesse em sacar dinheiro das contas bancárias das vítimas, além de roubar quantias em espécie.

Os cinco acusados, que estão presos após confessarem seus crimes, são Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, Fabrício Silva Canhedo, Carlomam dos Santos Nogueira e Carlos Henrique Alves da Silva.

Segundo cálculos preliminares dos militares e nas tipificações dos crimes, os envolvidos poderão pegar entre 190 e 340 anos de prisão. Há ainda o envolvimento de um sexto integrante, um adolescente de 17 anos. Nesta sexta-feira (27), os oficiais detalharam as ações dos criminosos.

O delegado Ricardo Viana, da 6ª Delegacia de Polícia (Paraná), responsável pela investigação que acabou sendo batizada Operação Inominada, disse que as ações resultaram em uma associação criminosa qualificada e armada de um grupo que já cogitava realizar os crimes desde outubro do ano passado.

Viana reforçou ainda que nunca vira, em seus 27 anos de carreira, um crime de tamanha crueldade, com vítimas carbonizadas, outras esfaqueadas e enterradas com mordaças e mãos amarradas.

Os crimes são de latrocínio consumado, corrupção de menores, extorsão mediante sequestro qualificado, homicídio qualificado por motivo fútil, ocultação de cadáver e destruição de cadáver.

O local que seria usado como cativeiro para colocar as vítimas e onde corpos foram encontrados foi alugado em outubro do ano passado, quando o plano já estava em andamento.

Além do interesse em ficar com as terras da chácara, o grupo sabia que Cláudia Regina Marques de Oliveira, de 55 anos, uma das futuras vítimas, havia vendido uma propriedade por R$ 200 mil e recebido uma parcela de R$ 79 mil em dinheiro. Parte do plano era roubar esse valor, além de obter cartões, senhas e fazer saques em bancos.

Segundo Viana, as dez mortes, que incluíram três crianças de 6 e 7 anos carbonizadas em um carro com a mãe, foram premeditadas.

– As investigações mostram que o plano era executar toda a família – disse o delegado.

A execução do plano começou em 28 de dezembro, com sequestro e assassinato das primeiras vítimas, na chácara. Os bandidos, que conheciam a família, se dividiram e chegaram a simular que eram vítimas dos que chegavam ao local. Outras mortes ocorrem no espaço do cativeiro e em carros, na região de Unaí e Cristalina, em Goiás.

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