Um assessor ligado a Gilberto Kassab (PSD), atual secretário de Governo da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). Nesta quarta-feira (12), as autoridades desmonstaram uma esquema de fraudes em licitações e desvio de verbas da Educação em prefeituras de São Paulo. O servidor, identificado como Mario Botion, pediu demissão do cargo horas após a ação.
Botion atuava como diretor de Convênios do escritório regional de Campinas. Além disso, ele era responsável pela intermediação de repasses financeiros entre o governo estadual e prefeituras da região. O governo o nomeou em 31 de julho de 2025 e, antes, foi prefeito de Limeira (2017–2024), também pelo PSD.
A Operação Coffee Break, conduzida pela PF em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), cumpriu 50 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Paraná e Distrito Federal. Em uma das ações, a polícia apreendeu R$ 2,1 milhões em espécie. O foco da investigação é um esquema que envolvia duas empresas fornecedoras de material didático, sediadas em Sumaré e Hortolândia, suspeitas de superfaturamento e pagamento de propina.
Corrupção passiva
De acordo com nota da CGU, os investigados poderão responder por corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A PF não confirmou se o ex-prefeito é investigado por sua atuação na prefeitura de Limeira ou já no governo estadual.
A Secretaria de Governo confirmou a saída do servidor:
“O governo irá exonerar o diretor de Convênios do Escritório Regional de Campinas, a pedido do próprio”, informou o órgão.
A demissão de Botion é a segunda baixa na equipe de Kassab em menos de duas semanas. No fim de outubro, Décio Ventura, ex-prefeito de Ilha Comprida e nomeado para chefiar a regional do Vale do Ribeira, também deixou o cargo. A decisão ocorreu após vir à tona seu histórico de irregularidades em tribunais de contas e decisões que o impediam de disputar eleições.
