Um grupo de 62 deputados apresentou um recurso contra a decisão do Conselho de Ética da Câmara que livrou da cassação o parlamentar mineiro André Janones (Avante). Ele é apontado como peça central de um esquema de suposta prática de rachadinha em seu gabinete.
O requerimento foi apresentado oficialmente pela deputada Bia Kicis (PL-DF) nesta quarta-feira (19). Ela teve a adesão de 61 parlamentares de diferentes partidos, como PP, União Brasil, Republicanos e Novo.
O Conselho de Ética da Câmara decidiu arquivar nesta quarta-feira (5), por 12 votos a 5, processo contra o deputado André Janones (Avante-MG) por um suposto esquema de “rachadinha” em seu gabinete.
A sessão do Conselho de Ética da Câmara desta quarta teve confusão e bate-boca entre parlamentares apoiadores do governo e de oposição.
O deputado é suspeito de cobrar dos funcionários de seu gabinete o recebimento de parte dos salários deles em 2019. Áudios em que o parlamentar supostamente pede fatias dos vencimentos dos servidores foram divulgados em novembro. Na gravação, Janones diz que os assessores precisam ajudá-lo a pagar dívidas de campanha.
Apesar de ter escapado da cassação na Câmara, Janones ainda deve se defender no Supremo Tribunal Federal (STF). Em dezembro do ano passado, o ministro Luiz Fux autorizou a abertura de um inquérito para investigar a suposta prática de rachadinha no gabinete do deputado.
O deputado é suspeito de cobrar dos funcionários de seu gabinete o recebimento de parte dos salários deles em 2019. Áudios em que o parlamentar supostamente pede fatias dos vencimentos dos servidores foram divulgados em novembro. Na gravação, Janones diz que os assessores precisam ajudá-lo a pagar dívidas de campanha.
Em fevereiro deste ano, Fux autorizou as quebras de sigilos bancário e fiscal de Janones e de outras cinco pessoas envolvidas no caso. O ministro atendeu a um pedido da Polícia Federal, que apontou que as apurações prévias sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do parlamentar. Para a PF, há inconsistências nos depoimentos dados por funcionários do deputado.
A Polícia Federal suspeita, inclusive, que parte dos valores recolhidos pelo deputado mineiro no suposto esquema possa ter custeado a campanha eleitoral de Leandra Guedes Ferreira à Prefeitura de Ituiutaba, em 2020. Leandra, que é ex-mulher do parlamentar, venceu a disputa em questão.