Para a felicidade dos anti-flamenguistas, o Mais Querido perdeu, de novo, neste domingo (22), para o Grêmio, jogando em Porto Alegre, em partida válida pelo Brasileirão.
O Grêmio veio a campo com o time titular e o Flamengo reserva, composto majoritariamente pelos meninos da base. Apesar da diferença de experiência para os adversários, o rubro-negro soube controlar a partida, especialmente porque o time gaúcho abriu mão da posse de bola.
Mas a ‘cabacisse’ (termo futebolístico para denominar jogadas juvenis) imperou no time carioca. O Grêmio saiu na frente, logo aos 15min do primeiro tempo. Embora um golaço de Cristaldo, a finalização de fora da área, em tese, era uma bola defensável para o goleiro Matheus Cunha.
Raça e técnica
Mesmo assim, os garotos do Ninho não se abateram. Lorran e Matheus Gonçalves são dignos de menção honrosa. Estes mesmos meio-campistas, até pouco pouco, eram menosprezados por uma ala da torcida ‘passapanista’ do técnico. No ano passado, a diretoria decidiu emprestar Gonçalves para o RB Bragantino.
Diziam que Gonçalves era franzino, sem porte físico para trombar jogadas. Algo típico para o “jogo de rugby” do Adenor, que prefere jogadores operários, de pouca inteligência, mas muita imposição física e correria.
Com Lorran a situação não foi tão diferente. O meiuca teve uma ascensão durante a ausência dos jogadores principais na Copa América. Naquele período, inclusive, Tite retomou o jogo associativo e de menor amplitude. As jogadas aproximadas, com dominância no centro do campo e menos ligações diretas imperou nesse curto período. Apesar de insistir no modelo fracassado com o time principal, pelo menos hoje o comportamento tornou-se diferente. Graças ao entrosamento de Lorran e Gonçalves desde a base, houve criatividade e improviso, mesmo quando o time demonstrava que as jogadas não aconteciam de maneira ensaiada.
‘Cabacisse’ tem nome
Contudo, faltou rivotril para o torcedor rubro-negro, pois a ‘cabacisse’ voltou com Matheus Cunha, logo aos 10min do segundo tempo. Num chute fraco do time gaúcho, Cunha deu um rebote com os pés e a bola sobrou no rebote para Braithwaite sair do empate.
Acharam ruim? Pois ficou pior. Três minutos após o segundo gol do Grêmio, o centroavante Carlinhos, que já vinha mal nas disputas individuais, levou um cartão vermelho direto. Na ocasião, o ex-jogador do Volta Redonda sedeu à provocação de Kannemann e deu um suposto tapa no rosto do zagueiro. Carlinhos, aliás, teve uma atuação nula e, na melhor oportunidade, perdeu uma chance cara a cara com o goleiro Marchesin.
Depois disso, o Flamengo veio ladeira abaixo. Com a ampliação do placar, o Grêmio saiu em busca do terceiro gol, próximo do término da partida. Diego Costa entrou e aumentou o placar para 3 a 1, após receber um cruzamento no alto e cabecear livre.
Ainda houve um último suspiro do Mais Querido. Everton Araújo saiu levando a bola desde o meio campo, venceu duas a três disputas individuais e a bola sobrou para Felipe Teresa, que entrou no lugar de Carlos Alcaráz.
Apatia em doses homeopáticas
A frustração com Tite é a explicação porque o planejamento desta diretoria fracassa de maneira retumbante. Treinadores como Domenec, Paulo Sousa, Vitor Pereira e Sampaoli são a clara demonstração de que o jogo de posição ortodoxo não vinga com um elenco cuja melhor característica é a cadência e alternância nas posições.
Landim tirou o ânimo da torcida flamenguista. Hoje em dia, o torcedor vai para frente da TV já em mente que seu time perderá ou empatará, especialmente quando o jogo é fora de casa.
Para a infelicidade dos rubro-negros e alegria de muitos antis, Tite continua técnico do Flamengo. A esta altura, reiterá-lo no comando do clube é jogar contra o próprio time. Por muito menos, Abel Braga saiu escorraçado, mas com Adenor há uma grande parcimônia por parte da imprensa na hora de criticá-lo.
O encantador de serpentes segue de pé, pelo menos até a próxima quinta-feira… ou não. Afinal, o que é uma eliminação na Libertadores frente a uma diretoria que segurou Sampaoli após seu auxiliar agredir nosso melhor centroavante?!