Um pastor condenado em regime aberto por assédio abriu uma nova igreja em Manaus e agora as vítimas estão pedindo por justiça. Os casos aconteceram em 2021.
De acordo com a primeira vítima, Francisco Cavalcante começou a assediá-la com abraços fortes e toques forçados em sua igreja localizada no bairro Redenção, zona Oeste. O ápice ocorreu durante um ensaio do grupo de dança. De acordo com a jovem, o líder religioso se aproximou da vítima, que estava com a amiga, e de repente mandou que ela retirasse a máscara.
Contudo, antes mesmo da jovem tomar uma atitude, ele tirou sua máscara, tampou os lados com as mãos e a beijou à força. Depois deste episódio, a jovem desenvolveu transtorno de ansiedade e fez acompanhamentos psicológicos para superar o trauma.
A segunda vítima afirmou que o pastor adotava o mesmo comportamento e sempre pedia para ela dizer que o amava. De acordo com a jovem, Francisco forjava situações que deixassem os dois a sós, mas a vítima sempre pedia para que outros amigos não saíssem de perto.
O pastor também fazia ligações insistentes e mandava músicas românticas. Assim como na primeira vítima, Francisco lhe beijou à força após o término de um culto. Na ocasião, o pastor disse que queria uma reunião com a jovem após o avivamento.
Apreensiva, a jovem foi à reunião assim mesmo, pois imaginava que haveriam outras pessoas naquela ocasião. Entretanto, assim que chegou à sala apenas Francisco estava no local e ele trancou a porta logo em seguida.
Beijo à força
Depois, o líder religioso a chamou, pediu um abraço, lhe ofereceu cargos e mandou a fiel fechar os olhos para orar. Em seguida, Francisco lhe beijou uma vez e tentou outra. Uma mulher que faz parte da congregação, inclusive, o repreendeu após bater na porta e notar que havia apenas o pastor e a jovem naquela sala. Francisco desconversou e voltou a trancar a porta.
Traumatizada, a jovem contou o caso a uma pastora, mas esta orientou apenas que Francisco pedisse perdão à vítima, mas ele recusou fazer isto pessoalmente. Francisco, então, apenas gravou um pedido de desculpas que depois mostraram à jovem.
Ainda inconformada com o caso, a jovem fez um boletim de ocorrência e descobriu que Francisco fez outras vítimas. Sua atitude encorajou mais jovens, mas Francisco passou a persegui-la em seu local de trabalho.
Por ser réu primário, a justiça o pôs em regime aberto. Em sua defesa, Francisco alega que as jovens sofrem de problemas mentais.