O magnata da tecnologia Bill Gates teve o audacioso plano de “escurecer” o sol frustrado pelo governo da Suécia. O projeto de geoengenharia solar, batizado de Stratospheric Controlled Disturbance Experiment (Experiência de Perturbação Controlada Estratosférica) planejava resfriar artificialmente o planeta para frear o aquecimento solar e, assim, “salvar a Terra”.
Ainda assim, o ambicioso projeto foi acusado, justamente, de apresentar risco ao meio ambiente e a comunidades indígenas que residem na Suécia. Isto porque a ideia do fundador da Microsoft, que trabalha em conjunto com cientistas da Universidade de Harvard, começaria com o “despejo” de toneladas de pó de carbonato de cálcio para ‘conter’ a radiação solar.
O composto químico seria lançado da Estação Espacial de Esrange, que fica no extremo Norte da Suécia. Para chegar lá, a equipe de Gates fabricou um “balão” para transportar o pó a uma altura de 20 quilômetros.
O que Gates não contava é que o plano digno de filme de ficção científica irritaria os povos indígenas da região onde o pó químico seria lançado. A comunidade tradicional rejeitou veementemente o experimento, sobretudo porque desconhecem as verdadeiras propriedades do material que seria espalhado. A escolha pelo local remoto ao Norte da Suécia também gerou desconfiança.
A líder dos pastores de renas indígenas Sami, Åsa Larsson Blind, vice-presidente do Conselho Sami afirmou que o projeto de Gates era “completamente contra o que temos que fazer agora: transformar sociedades de carbono zero em harmonia com a natureza”.
A agência espacial da Suécia (Swedish Space Corporation – SSC) foi a responsável por jogar a “última pá de cal” sobre os planos do fundador da Microsoft, ao comunicar que o lançamento do pó químico não aconteceria. A SSC comanda a Estação Espacial de Esrange.
– A comunidade científica está dividida em geoengenharia, incluindo testes de tecnologia relacionados, como o voo de teste técnico planejado de Esrange neste verão. […] Existem vozes de prestígio tanto a favor como contra a pesquisa no terreno. No entanto, não existe uma linha internacional clara sobre se este tipo de pesquisa é apropriada. A SSC, por este motivo, decidiu não realizar o voo de ensaio técnico previsto para este verão – conclui a nota.