Um cabo da polícia militar baleou um entregador, após se recusar a buscar o pedido na portaria do condomínio onde estava, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A confusão ocorreu na noite desta segunda-feira, 4, e a vítima precisou passar por cirurgia. O estado do homem é grave.
De acordo com a TV Globo Rio, Nilton Ramon de Oliveira fazia entregas de bicicleta para uma lanchonete, quando recebeu um chamado por volta das 19h. Ele foi até o condomínio, na Vila Valqueire, e por meio do aplicativo pediu para que o cliente descesse para pegar o lanche.
O agressor, identificado como Roy Martins Cavalcanti, recusou-se a ir até a portaria. Os dois discutiram por mensagens, e, cerca de 20 minutos depois, o entregador voltou ao restaurante. O policial, então, foi até o local onde Nilton trabalha e ambos começaram uma nova discussão.
A vítima chegou a gravar parte do desentendimento, cujas imagens mostram a arma do PM, enquanto o entregador levanta a camisa para dizer que não estava armado. Nilton disse que estava sendo ameaçado e mostrou o rosto do suspeito.
“Ameaçado é o cara***. Seja educado”, retrucou o cabo.
Pouco depois, Nilton foi baleado. Um amigo da vítima afirmou que o policial prestou os primeiros socorros.
“Ele chegou a prestar os primeiros socorros para ele, e foi embora. Entrou no carro e foi embora falando que era polícia. Um moleque bastante conhecido aqui, trabalhador e honesto, e um cara faz isso. Isso é desumano”, disse o atendente Jeferson Coimbras.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e socorreu o entregador até o Hospital Municipal Salgado Filho, onde ele passou por uma cirurgia e está no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Familiares informaram à TV que seu estado é grave.
Em nota ao Terra, a Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que uma equipe do 18º BPM (Jacarepaguá) foi acionada para uma ocorrência na Praça Saiqui, na Vila Valqueire. Então, os policiais foram até o local, e encontraram o entregador caído no chão, após o disparo por arma de fogo.
Ainda de acordo com a corporação, o policial militar se apresentou na 30ª DP, e a Corregedoria abriu um procedimento apuratório para averiguar as circunstâncias do caso. A investigação está em andamento.
Já a Polícia Civil afirmou que o policial se apresentou na 32ª DP (Taquara) e foi ouvido. Imagens do fato estão sendo analisadas e testemunhas serão ouvidas pela equipe de investigação. O caso foi encaminhado para a 28ª DP (Praça Seca).