A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da 47ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Nova Olinda do Norte (a 135 quilômetros de Manaus), prendeu o repórter Joel Ferreira do Nascimento, conhecido como “Radar”, sob acusação de envolvimento em um esquema criminoso. Ele é suspeito de integrar uma organização que praticava estelionato eletrônico contra idosos, furto qualificado por meio informático e extorsão.
Outro suspeito, identificado como Elvis dos Santos Lima, também foi preso, enquanto um terceiro integrante do grupo, um homem de 32 anos, conseguiu fugir. Segundo as investigações, os três atuavam em conjunto, com funções bem definidas, para aplicar golpes em idosos. A operação policial ocorreu na quinta-feira (20/02).
De acordo com o delegado Everaldo Carneiro, titular da 47ª DIP, a investigação teve início após a prisão de um homem por estupro. Ele permaneceu detido por um dia e foi liberado em audiência de custódia. Durante o interrogatório, pediu um advogado, mas, como não conhecia nenhum, solicitou permissão para fazer uma ligação.
O detido entrou em contato com Joel, que compareceu à delegacia acompanhado do homem de 32 anos, que se apresentou como advogado. O suposto advogado cobrou R$ 3 mil pelo serviço, mas os policiais alertaram o preso de que o indivíduo não aparentava ser um profissional da área e recomendaram que ele recusasse a proposta. O preso seguiu a orientação e não contratou o serviço.
Posteriormente, o sobrinho do detido compareceu à delegacia e recebeu o telefone do familiar. Entretanto, Joel e o falso advogado foram até a residência do jovem, alegando que o aparelho precisava ser recuperado para que o preso entrasse em contato com sua família e contratasse um defensor.
Com o celular em mãos, os suspeitos ligaram para a família do detido e exigiram R$ 2 mil, alegando falsamente que o valor era uma taxa de fiança imposta pelo delegado. Contudo, como o crime de estupro não admite fiança, a família desconfiou e não caiu no golpe.
Crimes identificados e prisão dos suspeitos
Frustrados com a recusa da família, os criminosos alteraram a senha do aplicativo bancário da vítima e realizaram transferências via Pix, subtraindo aproximadamente R$ 600. A partir desse episódio, as investigações revelaram que Joel, Elvis e o falso advogado estavam envolvidos em golpes semelhantes contra idosos e comunidades indígenas.
Um idoso procurou a 47ª DIP e relatou que Joel havia utilizado seu nome de forma indevida, além de instalar o aplicativo bancário da vítima em seu próprio celular. Em seguida, Elvis se apresentou à polícia e confessou que Joel utilizava sua posição de repórter para enganar idosos e obter acesso aos aplicativos bancários das vítimas.
Durante a operação, a polícia apreendeu quatro celulares com Joel, que passarão por análise pericial. O repórter negou envolvimento nos crimes, enquanto o terceiro suspeito segue foragido.
Antecedentes criminais e desdobramentos
As investigações também revelaram que o falso advogado possui histórico criminal por estelionato, tráfico de drogas e outros delitos. Elvis já respondia por estelionato, enquanto Joel não possuía registros criminais até sua prisão.
Os acusados responderão por associação criminosa, estelionato eletrônico contra idosos, furto qualificado por meio informático e extorsão. Eles permanecerão à disposição do Poder Judiciário.
(*) Com informações da assessoria