Um homem suspeito de estuprar crianças e comandar o tráfico de drogas em Urucará, interior do Amazonas, morreu após trocar tiros com a polícia. O caso aconteceu nessa terça-feira (25), durante a operação Ponto Final, do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO).
Nesta quarta-feira (26) a Polícia Civil deu detalhes sobre o caso. De acordo com informações, Marcelo Soares de Almeida, de 31 anos, era casado com a irmã da mãe da garota de 13 anos. Assim que a mulher viajou à capital amazonense para o tratamento de um câncer, ele iniciou os abusos contra a própria sobrinha, em setembro de 2024.
Pouco tempo depois, a denúncia chegou à Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) em janeiro deste ano, feita pela mãe da vítima. A mulher desconfiou que a filha estava grávida e a trouxe para Manaus, onde passou por exames que confirmaram a gravidez.
Durante o interrogatório, a vítima contou que sofreu abuso do tio em uma roça em Urucará, enquanto sua mãe estava em tratamento em Manaus. Na época, a adolescente não revelou os abusos antes devido a ameaças feitas por Marcelo, que ameaçou tirar sua vida e a do irmão mais novo se ela contasse a alguém.
Ontem, as autoridades realizaram um mandado de prisão preventiva e apreensão na casa do investigado, localizada na comunidade Santo Antônio, no mesmo município. Entretanto, Marcelo reagiu a abordagem e atirou contra os policiais, que revidaram e “cancelaram seu CPF”.
Estuprador promovia festas para atacar crianças
A polícia revelou que Marcelo costumava andar armado e moradores o temiam. Para amenizar a situação, promovia festas na comunidade e distribuía dinheiro. No entanto, esses momentos eram uma fachada. Marcelo aproveitava essas festas para atacar e estuprar crianças. Até agora, ao menos cinco casos, além de sua própria sobrinha, foram registrados.
Os relatos são alarmantes. Marcelo causava grande temor, ostentando armas e ameaçando pessoas. Informações indicam que alguns de seus subordinados foram mortos, possivelmente por ele mesmo. Embora promovesse festas e tentasse ganhar simpatia, seu comportamento era violento. Ele ameaçava e estuprava crianças de forma recorrente. A polícia já identificou cinco vítimas até o momento.
Entreposto do crime organizado
De acordo com o delegado Paulo Mavignier, Marcelo era um traficante perigoso e atuava como um entreposto para o crime organizado, facilitando o envio de drogas do Amazonas para o Pará. Transportadores paravam no município, entregavam parte da droga e recebiam suprimentos em troca. Esses suprimentos eram essenciais para a continuidade da viagem.
Os investigadores já estavam de olho em Marcelo. Ele vinha sendo monitorado há algum tempo. As drogas chegavam da região de fronteira do Alto Solimões. Os carregamentos geralmente eram feitos em lanchas blindadas. Na comunidade onde ele residia, Marcelo recebia a droga que ficava no Amazonas e oferecia suprimentos, alimentação, água e combustível para os traficantes.