Pessoas que vivem com hipertensão arterial e diabetes estão sujeitas a várias complicações de saúde, incluindo a incapacidade física, em razão de doenças capazes de comprometer os membros inferiores. A Prefeitura de Manaus reforça a importância do acompanhamento de usuários hipertensos e diabéticos nas unidades da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), com especial atenção para os exames de avaliação neuromotora e o Índice Tornozelo-Braço (ITB), a fim de evitar agravos sérios, como úlceras e amputações.
Conforme a responsável técnica do Núcleo de Atenção à Saúde das Pessoas com Doença Circulatórias e Diabetes da Semsa, Nádia Brito, a avaliação neuromotora e o ITB possibilitam detectar condições como perda de sensibilidade nos pés e doença arterial obstrutiva periférica, ligadas ao risco de incapacidade física.
“São exames importantes para o usuário com condições crônicas, não só por ajudar a prevenir agravos drásticos, como a amputação, mas também para assegurar que ele inicie desde logo o tratamento, mantenha sua mobilidade no dia a dia e tenha mais qualidade de vida”, relata a técnica, destacando que os procedimentos, ofertados na rede básica, são rápidos, seguros e não invasivos.
Segundo Nádia, tanto a avaliação neuromotora como o ITB devem ser feitos pelo menos uma vez ao ano por hipertensos e diabéticos. “Essa frequência pode ser reduzida segundo o risco do usuário, por isso é essencial que ele mantenha o acompanhamento de saúde em dia nas unidades da rede básica”, enfatiza.
A técnica da Semsa assinala ainda o atendimento aos usuários com condições crônicas no programa HiperDia, da rede de atenção primária. A iniciativa, ela explica, oferece ações e serviços de promoção e educação em saúde, prevenção, diagnóstico precoce, tratamento oportuno, monitoramento e rastreamento de complicações e comorbidades. “É uma estratégia completa para tratamento da hipertensão arterial e diabetes mellitus”, afirma.
Procedimentos
Na avaliação neuromotora, o profissional de saúde inicia pelo exame físico dos pés com a palpação dos pulsos pediosos e tibiais posteriores, e avaliação da pele e unhas. É verificada ainda a sensibilidade dos pés, por meio de monofilamento de 10g, associado a outros testes, o diapasão 128Hz, para sensibilidade vibratória, e o martelo, para reflexo aquileu. O exame, salienta Nádia, permite aferir eventuais perdas sensório-motoras, fatores de risco para ulceração e amputação.
Já o ITB, segundo a técnica, possibilita o diagnóstico da doença arterial obstrutiva periférica, a partir da medição da pressão arterial máxima nos braços e tornozelos. No exame, um aparelho portátil de ultrassom é utilizado para detectar o fluxo do sangue nas artérias dos tornozelos, num procedimento de baixo custo e alta confiabilidade.
“A obstrução arterial periférica é uma condição potencialmente grave, associada não só ao alto risco de incapacidade física, como de morbimortalidade cardiovascular”, alerta Nádia. Os sintomas da doença, ela pontua, incluem câimbras e fisgadas intensas nas pernas ao caminhar ou fazer atividade física, além de dormência e fraqueza, e dificuldade de cicatrização em feridas nas pernas, dedos ou pés.
Nádia reitera que a hipertensão e o diabetes estão entre os principais fatores de risco à saúde da população, e orienta os usuários a buscar as unidades básicas para avaliação regular dos indicadores de saúde. O acompanhamento e o controle das condições crônicas, enfatiza ela, permitem evitar complicações graves, como a incapacidade física, e garantir o bem-estar dos usuários.
“Para pacientes com doença obstrutiva, por exemplo, o tratamento traz a melhora clínica de sinais e sintomas, com redução da dor e retorno das atividades laborais e cotidianas. Reduz ainda outras complicações e evita internações, melhorando até a expectativa de vida”, conclui.