O presidente da Samel, Luiz Alberto Nicolau, admitiu nesta terça (29/12), o colapso das redes hospitalares pública e privada do Amazonas. “Estamos na segunda onda (da pandemia) e a tal de ‘imunidade de rebanho’ não existe. Em julho, quando tínhamos seis pacientes internados e passamos dias sem internar ninguém, acreditamos nela. Não existe”, enfatizou o dirigente.
O Brasil teve 1.111 mortos por Covid-19 nas últimas 24 horas. A última vez que o País passou dos mil mortos foi em 17/12 e, antes, em 30/09. Houve aumento do número de infectados e os especialistas debitam a conta a um rescaldo das festas de Natal, contando os cinco dias para aparecerem os sintomas. O Amazonas teve 1.447 novos casos, de ontem para hoje.
A Samel tinha, há uma semana, apenas 12 pacientes internados com Covid-19. Hoje (29/12), a instituição tem 74 pacientes internados e internou 116 pessoas em uma semana. Houve 82 altas domiciliares e três óbitos. “Ontem (28/12) tivemos mais de mil atendimentos no prontosocorro, o nosso recorde, gerando transtorno para profissionais e pacientes”, revelou.
Ano Novo
“Daqui a dois dias estaremos comemorando o Ano Novo, o Réveillon. A gente sabe que é momento de festas e estamos muito preocupados porque o sistema de saúde não conseguirá absorver essa demanda. Ela já está vindo e poderá ser ainda maior. Nós vimos, nos últimos dois dias, três hospitais particulares declararem que estão com 100% da sua ocupação. Hospitais públicos também declararam isso”, lembra.
Os hospitais particulares foram Santa Júlia, Adventista e Check Up. O governo do Estado abriu leitos nos prontos-socorros Platão Araújo e 28 de Agosto. Contratou outros nos hospitais HUGV e Beneficente Portuguesa. E o prefeito eleito David Almeida anunciou que vai abrir hospital de campanha, tencionando reabrir o Nilton Lins.
“Vamos tomar todas as medidas de prevenção para que você não precise de atendimento. Estamos com o sistema de saúde já colapsado”, asseverou. “Aos primeiros sintomas procure um médico. Use Ventilação Não-Invasiva (VNI). A intubação orotraqueal precoce foi o maior erro da história da Medicina”, disse. Ele lamentou o fechamento do Hospital de Campanha Municipal. “Se ele estivesse funcionando, nós não
estaríamos no caos que vivemos hoje na saúde, a cidade de Manaus e o Estado do Amazonas”.