O presidente do Equador, Daniel Noboa, sobreviveu a uma tentativa de assassinato na tarde desta terça-feira (7), em meio à grave crise política e social que atinge o país. De acordo com a ministra da Energia, Inés María Manzano, dezenas de pessoas armadas cercaram o veículo em que Noboa estava. Em seguida, atiraram e arremessaram pedras contra o carro oficial.
O ataque aconteceu quando o presidente seguia para um evento público na província de Cañar, na região central do Equador. O automóvel presidencial ficou com marcas de bala, mas ninguém ficou ferido, segundo o governo. A ministra confirmou ainda que a polícia prendeu cinco suspeitos e serão acusados de terrorismo.
“Às 14h41 registramos um boletim de ocorrência por tentativa de homicídio no cantão de Tambo, enquanto o presidente se preparava para participar do evento. Cerca de 500 pessoas apareceram atirando pedras, e também há marcas de bala no carro do presidente”, relatou Inés Manzano.
O atentado ocorre em meio à onda de protestos liderada por povos indígenas, que se mobilizam desde o dia 22 de setembro contra o aumento no preço do diesel — de US$ 1,80 para US$ 2,80 por galão. O reajuste foi consequência do fim de um subsídio estatal, o que gerou bloqueios de rodovias e manifestações violentas em diversas províncias.
A repressão aos protestos já resultou em um manifestante morto e pelo menos 150 feridos entre civis, policiais e militares. Outras 100 pessoas foram presas desde o início das manifestações.
Diante da escalada da violência, Noboa decretou estado de emergência por 60 dias em 10 das 24 províncias do país. O governo justificou a medida alegando “grave comoção interna” e alertou para “atos de radicalização que ameaçam a ordem pública”.