13 de novembro de 2025
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Amigo armou ‘casinha’ para jovem suspeito de arrochar traficantes em Manaus

João Mario, à esquerda, e Davi Renan, momentos antes de morrer, à direita | Foto: Reprodução

 

A Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira (13), os principais envolvidos na execução de Davi Renan Cavalcante da Silva, 30 anos, morto em julho deste ano. Entre eles está o próprio amigo da vítima, identificado como João Mário, apontado como responsável por armar a emboscada que resultou na morte de Davi.

Primeiramente, João Mário foi preso em Presidente Figueiredo, na região metropolitana de Manaus, em flagrante por tráfico de drogas. Ele já tinha passagens por roubo e respondia por homicídio, reforçando seu vínculo direto com o crime organizado.

As investigações mostram que ele entregou o amigo a uma facção criminosa, após atrair Davi para uma “casinha” — termo usado para definir uma emboscada premeditada.

De acordo com a polícia, Davi Renan praticava “arrocho”, expressão usada para se referir a quem rouba drogas de traficantes. No caso da vítima, ele supostamente obtinha o material com um policial, o que aumentou ainda mais o risco e a tensão dentro das facções envolvidas.

Ação integrada da Operação Housekeeping 2

A prisão de João Mário faz parte da Operação Housekeeping 2, que resultou em 18 prisões de investigados por crimes como homicídio qualificado e extorsão mediante sequestro. As prisões ocorreram tanto na capital quanto no interior do estado.

O delegado Adanor Porto, adjunto da DEHS, explicou que a ação também mirou Matheus Rodrigues de Almeida e Luna Mendonça Sales. Eles também possuem envolvimento no sequestro e homicídio de Davi Renan.

Matheus e Luna forneceram os veículos usados pelos sequestradores e as autoridades os capturaram na cidade. Já João Mário, além da participação direta no planejamento da emboscada, acabou encontrado com drogas no momento de sua detenção na região metropolitana.

O crime

De acordo com a investigação, os suspeitos levaram Davi para a emboscada no dia 7 de julho, no Conjunto João Paulo, bairro Nova Cidade, zona norte. Durante o sequestro, ele confirmou envolvimento com arrochadores.

Ele relatou que se envolveu nisso por influência de um policial militar identificado como Bento Luciano, detido na prisão para PMs no bairro Monte das Oliveiras. Segundo Davi, o policial saía temporariamente da unidade para praticar o arrocho e retornava depois. Davi afirmou que pegava pequenas quantidades de droga com ele e pagava posteriormente.

Material ilícito em balsa

A vítima ainda disse que o policial recebeu informações sobre a existência de uma tonelada de cocaína e pasta-base que estaria escondida em uma balsa de areia e seixo. Portranto, os investigadores acreditam que isso intensificou o conflito e motivou a facção a ordenar sua morte.

O vídeo que circula nas redes mostra os últimos momentos de Davi Renan. As imagens reforçam a brutalidade do crime e a complexidade das relações entre facções, informantes e agentes de segurança ligados ao esquema.

Por fim, a Polícia Civil segue investigando outros envolvidos na morte e ampliando as frentes abertas pela Operação Housekeeping 2.

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