“O aniversário mais triste do mundo”. É dessa forma que os parentes de um bebê israelense descrevem esta quinta-feira (18), data em que o pequeno completa seu primeiro ano de vida. Era para ser um dia feliz, mas a criança está sob o jugo do Hamas. Refém mais jovem do grupo terrorista, Kfir Bibas foi sequestrado no ataque de 7 de outubro, quando tinha apenas 9 meses. Dessa forma, o dia 18 de janeiro, que era motivo de comemoração para toda a sua família, se tornou marca de grande angústia.
Os parentes não temem somente pela vida de Kfir, mas também pelos pais da criança, Yarden e Shiri, além do irmão, Ariel. Todos foram levados pelos extremistas no dia do atentado.
Em entrevista ao jornal Times of Israel, o primo da mãe de Kfir, Jimmy Miller, relatou como sua família têm lidado com a situação.
– Somos como robôs agora. Estamos fazendo tudo o que podemos para mover as coisas, porque vemos que as coisas não estão se movendo. Esperamos, esperamos e esperamos e nos encontramos com todos, com atores, pessoas famosas, pensadores, e todos eles nos abraçam e ouvem a história com empatia, mas não sentimos que alguém esteja fazendo alguma coisa – desabafou Jimmy.
A fim de suplicar pela liberdade do pequeno e homenageá-lo em seu primeiro aniversário, os parentes decidiram fazer um evento público, nesta quinta, na Praça dos Reféns (Hostages Plaza), em Tel Aviv. A solenidade reuniu inúmeras pessoas, que seguravam fotos do bebê e soltaram balões laranja em direção ao céu.
No final de novembro, o Hamas afirmou que o bebê, Ariel e Shiri, foram mortos em um ataque aéreo em Gaza, e que somente Yarden teria sobrevivido. Contudo, a informação não foi confirmada, e o governo israelense crê que tratam-se de mentiras para transmitir terror psicológico.
Durante o Fórum Econômico Mundial em Davos nesta quinta, o presidente israelense Isaac Herzog exibiu uma foto de Kfir Bibas e frisou que Israel não pode encerrar a guerra neste momento.
– Ninguém em sã consciência está disposto agora a pensar sobre qual será a solução certa para os acordos de paz. Todo mundo quer saber que não será atacado da mesma forma, vindo do norte, do sul ou do leste – assinalou o chefe de Estado.