O relatório da Polícia Federal sobre a investigação envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro trouxe novos detalhes. Nessa quinta-feira (21), a PF revelou movimentações financeiras totalizando R$ 30,5 milhões entre março de 2023 e fevereiro de 2024. Os dados são de um relatório de inteligência financeira do Coaf, que detalha as transações atípicas observadas nas contas de Bolsonaro e familiares, usadas no inquérito que resultou no indiciamento de ambos.
O relatório não aponta ilegalidades quanto à origem dos recursos movimentados, mas descreve cerca de 50 comunicações sobre transações suspeitas relacionadas ao ex-presidente, ao deputado Eduardo Bolsonaro e à esposa Michele Bolsonaro. As movimentações atípicas incluem transações em contas de terceiros, além de valores que indicam possíveis práticas de lavagem de dinheiro.
Entre as operações destacadas, está o repasse de R$ 2 milhões para bancar a estadia de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos, confirmada pelo próprio ex-presidente. Além disso, o relatório registra doações feitas via Pix, totalizando R$ 19 milhões entre 2023 e 2024, provenientes de apoiadores.
Outro ponto controverso do relatório foi a transferência de R$ 3 milhões da conta de Bolsonaro para Michele, que não foi mencionada por ele no depoimento prestado durante as investigações. As autoridades estão investigando essas movimentações como parte de um possível esquema de lavagem de dinheiro.
Apesar da gravidade das alegações, a defesa de Jair Bolsonaro não se manifestou até o momento da publicação do relatório.