Sob suspeitas de acesso à regalias, o ex-governador Sérgio Cabral e o tenente-coronel Claudio Luiz de Oliveira –condenado a 36 anos de prisão pela morte, em 2011, da juíza Patrícia Acioli– devem ser transferidos nesta segunda-feira (2) para o presídio de segurança máxima que fica no Complexo Penitenciário de Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro.
Ambos estão detidos no Batalhão Prisional de Niterói e os motivos das transferências seriam algumas “mordomias”, entre elas acesso a celulares e banquetes servidos para ambos. Outros quatro presos, todos oficiais da PM, também devem ser transferidos pelas mesmas razões.
Uma visita da equipe da Vara de Execuções Penais ao presídio na semana passada encontrou celulares, anabolizantes e cerca de R$ 4.000 em espécie. Um preso PM tentou lançar a sacola com os objetivos por cima de um muro, mas câmeras do circuito de segurança do presídio flagraram a ação.
Esse policial seria uma espécie de segurança de Cabral desde que ele foi transferido para o presídio de Niterói, em setembro de 2021. Ele ocupa a cela ao lado da que fica o ex-governador.
Uma lista com pedidos de pratos caros em restaurantes da cidade também foi encontrada pelos agentes durante as buscas. Após a vistoria, o Ministério Público solicitou à Justiça a transferência dos presos. Fontes do Ministério Público informaram que um dos celulares seria de Cabral e o outro telefone pertenceria ao tenente-coronel Cláudio. Deles também seriam os anabolizantes encontrados.
A advogada Patrícia Proetti, que defende ambos, afirmou que os objetos encontrados não são de Cabral ou do oficial da PM. Ela informou que irá recorrer para tentar reverter a decisão da transferência de seus clientes.
À CNN, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que ainda não foi comunicada pela Justiça sobre as transferências.
Em nota, a defesa de Cabral informou que na revista feita pela Vara de Execuções Penais “não foi encontrada qualquer irregularidade” na cela dele e que os objetos encontrados não são do ex-governador.
“No momento da chegada das autoridades, o ex-governador estava em área comum, na companhia dos demais acautelados.”
Em nota, a defesa do tenente-coronel Claudio afirmou “não terem sido encontrados em sua cela nenhum dos materiais informados pela reportagem. No momento da revista, o tenente-coronel se encontrava em ambiente comum com os demais acautelados.”
Cnn Brasil