O plenário virtual do STF começa a julgar nesta sexta-feira (29) o pedido de habeas corpus feito pela defesa do blogueiro Allan dos Santos. Ele é investigado no inquérito das fake news, aberto em março de 2019, que apura o compartilhamento de desinformação além de ofensas e ameaças a ministros do Supremo. Os votos dos ministros devem ser apresentados até 6 de maio. O relator da ação, ministro Edson Fachin, já havia rejeitado monocraticamente o pedido de habeas corpus.
Allan dos Santos teve prisão decretada pelo ministro Alexandre de Moraes em outubro do ano passado e apresentou em novembro um pedido de habeas corpus. Ele segue foragido nos Estados Unidos desde agosto de 2020. De acordo com a defesa do blogueiro, a prisão dele seria “um ataque à liberdade de imprensa”.
Ao longo dos últimos meses, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, empresas de redes sociais, como Twitter, Facebook, Instagram e YouTube derrubaram canais de Allan dos Santos em suas plataformas. O mesmo ocorreu em relação ao Telegram, que foi instado a bloquear um dos perfis do comunicador, sob pena de ser bloqueado no Brasil.
Em vídeos publicados na internet, o blogueiro aparece criticando ministros do Supremo. Com mandado de prisão em aberto, ele tem frequentado eventos e se encontrado livremente com outras pessoas, além de continuar a atacar o STF e o ministro Alexandre de Moraes, a quem chamou de “psicopata” e “tirano”.
Autoridades do Executivo aparecem junto ao blogueiro foragido
O ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, participou por videoconferência, em março deste ano, de um congresso realizado nos Estados Unidos que contou com a presença de Allan dos Santos. Onyx apareceu no telão em uma roda de oração, enquanto Allan se posicionou ao lado de um pastor no palco do evento nos Estados Unidos.
Também em um evento em janeiro nos Estados Unidos, o ministro das Comunicações, Fabio Faria, sentou-se ao lado de Allan. Já o embaixador brasileiro em Washington DC, Nestor Foster, esteve com o blogueiro, também em janeiro, no enterro de Olavo de Carvalho.