Brasília – A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta sexta-feira (25) a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos a 14 anos de prisão pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Débora ganhou notoriedade ao pichar com batom a frase “perdeu, mané” na estátua A Justiça, em frente ao STF. A imagem viralizou e virou símbolo da ofensiva antidemocrática.
O relator Alexandre de Moraes propôs a pena, aceita pela maioria da Turma com voto decisivo da ministra Cármen Lúcia. O ministro Flávio Dino também apoiou integralmente a proposta.
Moraes apontou cinco crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Débora cumprirá 12 anos e 6 meses em regime fechado; o restante da pena será em regime aberto.
Cristiano Zanin e Luiz Fux também votaram pela condenação, mas sugeriram penas menores. Fux considerou a proposta original “exacerbada”.
A Procuradoria-Geral da República denunciou Débora em julho de 2024. O STF aceitou a denúncia em agosto. Moraes trocou a prisão preventiva por domiciliar em março, seguindo recomendação da PGR. Débora segue com tornozeleira eletrônica e outras restrições.
O julgamento expôs divergências sobre a dosimetria das penas e reforçou o esforço da Corte para punir os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro.