A delegada Joyce Coelho falou à imprensa sobre novos detalhes da prisão de Rogério Lindoso dos Passos, 31, suspeito de estuprar uma criança de 4 anos dentro do provador da loja Renner, no Shopping Sumaúma, no bairro Cidade Nova, na zona norte.
O crime ocorreu no dia 2 de março, quando a menina fazia compras com a mãe. Joyce conta que no dia do crime, a criança estava no provador infantil e foi chamada com gestos pelo homem para o provador masculino.
Lá, ele levantou a blusa da menina, a beijou na boca e no corpo. Toda a ação durou cerca de três minutos, até que o homem ouviu a voz da mãe da criança procurando desesperadamente por ela e a chamando pelo nome várias vezes. Ele chegou a tapar a boca da menina para que ela não respondesse.
Um tempo depois, a menina saiu assustada do provador masculino, ao encontrar a mãe no corredor a arrastou pela mão e sussurrou contando o que havia ocorrido, fazendo sinal para que a mãe não fizesse alarde.
“Recebemos imagens do Shopping Sumaúma que retratam a parte de fora da loja em que a mãe está agachada tentando ouvir o que a criança está querendo falar, ela teve um bloqueio, só sussurrava e fazia gestos e a mãe estava tentando entender e ela abraçou a mãe várias vezes”, detalha.
Enquanto isso, o homem passou por trás das duas tentando ouvir o que a menina falava. Ele chegou a fingir que estava escolhendo roupas e depois saiu sem levar nada e conseguiu escapar do shopping, mesmo os seguranças tendo sido acionados pela mãe da vítima.
“Nesse momento ele passa por trás das duas e a menina apresenta uma agitação e mostra aquele homem”, descreve a delegada.
Durante a coletiva, Joyce explicou alguns pontos importantes da investigação como o fato de a polícia ter certeza de que Rogério é o mesmo homem que aparece no vídeo, que inclusive foi analisado minuciosamente várias vezes por peritos e investigadores:
“Ele era a única pessoa além da mãe e da criança a ter estado neste período de tempo dentro do provador, então não havia dúvida quanto a identificação dele pela polícia. O que nós estávamos preocupados em saber era o que tinha acontecido de fato dentro daquele provador e ficou demonstrado tanto na palavra da criança, quanto no depoimento da mãe, tudo é extremamente compatível com o que todos os fatos”, diz Joyce.
Ela contou que o homem nega o crime, mas caiu em contradição várias vezes durante os depoimentos. Em determinado momento ele disse que sequer viu mãe e filha no provador, mas as câmeras mostram que ele se aproximou delas quando a criança o delatava.
Além disso, Rogério é um corretor de imóveis bastante conhecido e clientes dele o reconheceram nas imagens divulgadas na imprensa, porque ele usava as mesmas roupas, naquele mesmo dia quando os atendeu horas antes de cometer o estupro.
A defesa dele chegou a pedir o áudio do depoimento da menina, mas por lei, a polícia não pode dar acesso ao depoimento, apenas ao relatório do mesmo já que se trata de uma criança.
Joyce disse ainda que Rogério fugiu de casa e só se apresentou à polícia depois que o caso ganhou uma grande repercussão na mídia local e nacional.
Nesse período, ele desativou as redes sociais e ficou escondido. Ao se entregar, a delegada confrontou a versão dos fatos apresentada por Rogério e pediu para ter acesso ao telefone dele e pediu que ele autorizasse a quebra de sigilo telefônico se ele não tinha nada a esconder, mas ele negou.
“Perguntei se ele disponibilizaria o telefone celular dele para que eu encaminhasse para uma perícia ou para uma quebra de sigilo e que ele compartilhasse as provas (de que era inocente), mas orientado pela defesa, ele disse que não cederia e não dispunha o celular para comprovar os fatos que ele alegava”, relata.
Agora Rogério deve permanecer preso e vai responder por estupro de vulnerável.