Uma testemunha ouvida pela polícia revelou que presenciou o momento em que Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado” saiu armado atrás da lancha do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, logo depois que eles deixaram a Comunidade São Rafael no domingo (5).
Segundo o Globo, a pessoa em questão contou que Amarildo, preso pela Polícia Federal nessa quarta-feira, se armou com uma espingarda e com um cinto de cartuchos e foi ao encontro de um homem que o esperava em sua lancha.
Disse ainda que além do colega, viu também uma segunda pessoa na lancha que estaria deitada quando pelado embarcou. O barco seguiu na mesma direção da lancha do indigenista e do jornalista e minutos depois, foi vista novamente em alta velocidade com mais quatro pessoas no rio Itaquaí.
No relato, a testemunha revela que Pelado é tio de “Churrasco”, o líder comunitário com quem Bruno e Dom foram se encontrar na comunidade no dia do desaparecimento, mas ele não estava lá.
Ela o classifica como um homem perigoso e diz que ele já vinha ameaçando Bruno por conta do trabalho desempenhado com indígenas na área. Constantemente, Amarildo dizia que ia “acertar as contas” com o indigenista e voltou a repetir a ameaça no dia em que armado atrás da lancha do servidor da Funai.
A pessoa afirma ainda que tem certeza que Amarildo fez “algo ruim” com Bruno e Dom e que não tem dúvidas disso. Logo após a denúncia, Amarildo foi preso pela PF e levado em sua lancha para Manaus.
O sobrinho dele, Churrasco, também foi encaminhado à delegacia, mas foi liberado no mesmo dia depois de prestar depoimento, Pelado, porém, segue preso como principal suspeito do desaparecimento de Bruno e Dom.
A testemunha que prestou as informações, por sua vez, será incluída no Sistema de Proteção à Testemunhas.