O Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) cassou, nesta terça-feira (19) o mandato da deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP), por utilização indevida de verba pública de campanha eleitoral.
Os gastos ilícitos teriam ocorrido durante as eleições de 2022, quando Silvia foi eleita para uma vaga na Câmara dos Deputados.
De acordo com a denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE), o dinheiro foi utilizado pela deputada em um procedimento de harmonização facial. A senadora recorrerá da decisão.
Cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Após a publicação da decisão, o prazo para recorrer é de três dias.
Em nota, a assessoria da parlamentar disse que “soube pela imprensa que seu mandato havia sido ‘cassado’”. “É estranho que a deputada Silvia Waiãpi não tenha sido intimada, tampouco seus respectivos advogados”, disse a equipe.
Cassação
Ao negar as irregularidades, Silvia afirmou que suas contas de campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.
O especialista em Direito Eleitoral, Ricardo Vita, esclarece que a prestação de contas ter sido aprovada não impede que a deputada responda à ação por gastos ilícitos na campanha.
“O Ministério Público Eleitoral, apesar das contas terem sido aprovadas, entrou com processo por gastos ilícitos. Julgado pelo TRE do Amapá, foi concluído que houve o gasto irregular, inclusive com recursos públicos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), resultando na decretação da cassação do diploma.”, afirma.
Porém, a deputada só vai perder o mandato caso essa decisão do TRE venha a ser confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Por ser uma decisão sobre uma eleição estadual, o recurso para ao TSE tem efeito suspensivo automático, ou seja, assim que o recurso for recebido, a decisão anterior não terá efeito, até que ocorra o julgamento pela instância superior”, diz Ricardo.