Nesta quarta-feira (9/7), o ex‑presidente dos EUA Donald Trump enviou uma carta pública ao presidente Lula. Nela, o chefe de estado americano anunciou oficialmente a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com vigência a partir de 1º de agosto.
Primeiramente, Trump justificou a medida criticando o julgamento de ex‑presidente Bolsonaro no STF, classificando como “vergonha internacional”, e citou supostos ataques digitais e censura a plataformas americanas .
Reação imediata de Lula
Em resposta, Lula afirmou que “o Brasil não aceitará tutela de ninguém”. Além disso, ele declarou que adotará a Lei da Reciprocidade Econômica para responder ao aumento unilateral das tarifas. Assim, Lula ressaltou que processos judiciais no Brasil são conduzidos por suas próprias instituições, sem ingerência externa .
Trump também determinou a abertura de uma investigação sob a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974, alegando práticas comerciais desleais e ataques digitais às empresas americanas .
Déficit comercial Brasil – EUA: dados contrários à justificativa
Enquanto Trump apontou déficit comercial como motivo para a tarifa, dados do Ministério do Desenvolvimento indicam déficits consecutivos desde 2009, totalizando cerca de US$ 90 bilhões em desfavor dos EUA até junho de 2025, contradizendo o argumento de desequilíbrio.
BRICS também é alvo: tarifa adicional de 10%
Trump alertou que países que se alinharem com as políticas “anti‑americanas” do BRICS sofrerão tarifa extra de 10%. A afirmativa está conforme anúncio feito durante cúpula em Rio de Janeiro.
Geopolítica e barganha comercial
Analistas veem fundo geopolítico na medida de Trump, usada como instrumento de barganha internacional. A tática é parte de uma série de advertências tarifárias enviadas a mais de 14 países e ao bloco BRICS .
Calendário das medidas tarifárias de Trump
- 1º de agosto de 2025: entrada em vigor das tarifas, após suspensão iniciada em abril
- 14 países notificados na segunda etapa: Argélia, Brasil, Brunei, Filipinas, Iraque, Líbia, Moldávia e Sri Lanka; tarifas entre 25% e 50% via cartas oficiais
- BRICS: promessa de tarifa adicional de 10% caso haja alinhamento com políticas anti‑EUA